Fazer exercícios físicos regularmente pode reduzir o risco de contrair Covid-19 ou desenvolver doenças graves, de acordo com um grande estudo publicado ontem (22) no “British Journal of Sports Medicine”, apoiando uma grande variedade de pesquisas que ressaltam os inúmeros benefícios da atividade física para a saúde à medida que o mundo procura maneiras de conviver com a Covid.
A inclusão de atividade física regular nas rotinas semanais ajuda a proteger as pessoas contra a Covid-19, de acordo com a análise revisada por pares de 16 estudos globais que incluíram mais de 1,8 milhão de adultos.
Leia mais: Infecção por Ômicron passa despercebida por muitos, mostra pesquisa
Acumular 150 minutos de atividade física de intensidade moderada a cada semana, ou 75 minutos de atividade de intensidade vigorosa, ofereceu a melhor proteção contra a infecção por Covid e doenças graves, descobriram os pesquisadores.
Os praticantes de exercícios regulares tiveram um risco 11% menor de infecção por Covid e um risco 44% menor de doenças graves em comparação com seus pares fisicamente inativos, disseram os pesquisadores.
Aqueles que incorporam exercícios em sua rotina semanal também tiveram um risco 36% menor de internação hospitalar por Covid e risco de morte por Covid 43% menor do que aqueles que não o fizeram, descobriram os pesquisadores.
Níveis mais baixos de exercício ainda ofereciam alguma proteção contra a doença, sugeriram os dados.
Os pesquisadores disseram que as descobertas podem ajudar formuladores de políticas públicas e médicos a desenvolver diretrizes para ajudar a reduzir o risco de Covid-19, embora observem que os resultados podem ser enfraquecidos pelo uso de estudos com diferentes métodos de pesquisa e por avaliações subjetivas da atividade, e alertaram que o trabalho dizia respeito apenas às variantes Beta e Delta do coronavírus, não às variantes Ômicron que dominam hoje.
O que não sabe
Os pesquisadores disseram que não ficou claro como o exercício reduz o risco de Covid-19. É provável que seja uma combinação de fatores ambientais e metabólicos, disseram eles.
A atividade física é bem conhecida por ter um efeito positivo na imunidade, observaram os pesquisadores, e oferece uma explicação provável para a proteção contra a Covid.
Sabe-se que exercícios estimulam o sistema imunológico e as respostas anti-inflamatórias do organismo, por exemplo, além de mitigar os efeitos negativos do estresse na imunidade.
O nível mais alto de condicionamento cardiovascular e muscular em pessoas que se exercitam regularmente também pode ajudar a explicar por que protege contra doenças graves, hospitalização e morte por Covid, acrescentaram os pesquisadores.
Contexto
Que o exercício regular oferece proteção contra a Covid-19 não é surpreendente. Foi demonstrado que o exercício aumenta o sistema imunológico e diminui as chances de contrair infecções virais como o resfriado comum.
Aqueles que estão infectados tendem a se recuperar mais rapidamente do que os menos ativos. O exercício também ajuda a melhorar os resultados para aqueles com condições consideradas fatores de risco para Covid-19, como obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
Há também uma grande quantidade de pesquisas que documentam os inúmeros benefícios para a saúde da atividade física e que ela ajuda as pessoas a viverem mais.
Um estudo recente sugere que realizar até 300 minutos de exercícios vigorosos por semana, ou até 600 minutos de atividade moderada – quatro vezes o que as diretrizes atuais sugerem – reduz significativamente os riscos de mortalidade.