Segundas chances são complicadas. Escolher aceitar alguém de volta em sua vida depois de ter sido prejudicado por essa pessoa não é simples, não importa se é um membro da família que se distanciou, um ex-amigo ou uma velha paixão.
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Aqui, falarei sobre quatro coisas para considerar ao decidir se devemos ou não dar uma segunda chance a alguém.
1. Essa pessoa aceitou a responsabilidade por suas ações?
O primeiro passo é determinar se essa pessoa entende que fez algo para prejudicá-lo. Faça a si mesmo as seguintes perguntas:
- Estão agindo como se nada tivesse acontecido?
- Estão culpando você por ser muito sensível?
- Estão genuinamente reconhecendo o erro e se desculpando?
A última coisa que você quer é ser pego em um ciclo de manipulação emocional onde essa pessoa faz parecer que você está sendo dramático ou varra seus sentimentos para debaixo do tapete.
Relacionamentos saudáveis exigem nos responsabilizemos por nossas ações, em vez de nos envolvermos em jogos de culpa.
Quando alguém assume suas ações, isso promove confiança. Também mostra que essa pessoa está disposta a fazer o relacionamento funcionar.
Se você acha que a outra pessoa aceitou a responsabilidade por suas ações, faça a seguinte pergunta a si mesmo:
2. Você consegue perdoar essa pessoa?
Depois de um desentendimento, você pode se pegar pensando em questões como:
- Por que devo dar outra chance?
- Devo dar outra chance depois do que aconteceu?
Antes de tentar responder aos seus “devo”, você primeiro precisa decidir se consegue perdoar esses erros. Sem isso, qualquer tentativa de reconciliação fica mais difícil.
Errar é humano. Portanto, é fundamental que todos nós tenhamos a capacidade de perdoar. Perdoar alguém antes de considerar uma segunda chance nos relacionamentos é um pré-requisito absoluto.
Um estudo publicado no “Journal of Personality and Social Psychology” descobriu que o perdão, ao contrário da vingança, produz sentimentos profundos de humanidade. De acordo com os autores, se você estiver relutante em perdoar alguém que o magoou, pergunte-se quais são suas barreiras pessoais ao perdão e reserve um tempo para refletir sobre como ser irredutível está afetando seu bem-estar emocional.
Se você decidir que pode estar pronto para iniciar o processo de perdão, faça a si mesmo as seguintes perguntas:
- Você sente que tem um entendimento preciso das ações do transgressor e o que o levou a fazer o que fez? (Caso contrário, uma conversa com eles pode ser útil.)
- Existem maneiras pelas quais você pode se relacionar e ter empatia com as ações de seu transgressor?
- Você já recebeu compaixão e perdão depois de ferir alguém?
- Como você se sentiu?
- Vale a pena investir em seu relacionamento com essa pessoa?
É importante lembrar que perdoar não significa desculpar o transgressor ou isentá-lo da responsabilidade por seu comportamento. Em vez disso, perdoar as pessoas pode ajudá-lo a restaurar sua humanidade.
3. A pessoa mudou? Em caso afirmativo, ela está mantendo essas mudanças?
Pedir a alguém para mudar nunca é uma conversa fácil. O sucesso tem muito a ver com as atitudes de ambos os parceiros em relação à solicitação de mudança.
De acordo com um estudo publicado no “Journal of Social and Personal Relationships”, é importante que quem precisa mudar se sinta apoiado durante o processo e que quem pediu dê feedback sobre como as coisas estão indo. Portanto, se você é quem está solicitando a mudança de outra pessoa, deixe-a saber que seus esforços estão fazendo a diferença.
Também é importante que a pessoa que está sendo solicitada a mudar entenda que tais pedidos são um sinal do compromisso da outra pessoa com ela. Pensar nisso desse ponto de vista torna tais solicitações mais motivadoras e menos perturbadoras.
Deve-se notar que, se seu ex-parceiro ou amigo carece de maturidade emocional e/ou continua a agir de maneira que produziu os problemas em primeiro lugar, deixá-los voltar pode atrapalhar a cura emocional que você trabalhou tanto para alcançar.
4. Você comunicou adequadamente suas novas expectativas?
À medida que evoluímos, mudam nossos ideais, necessidades e desejos. Portanto, é crucial que você comunique novas expectativas aos outros.
Aqui estão alguns exemplos de expectativas de relacionamentos saudáveis, de acordo com um recente artigo publicado na “Review of General Psychology”:
- Confiança mútua
- Comprometimento igual no relacionamento
- Empatia e aceitação das experiências e emoções dos outros
- Valorização no relacionamento
- Compreensão e compromisso mútuos
- Respeito pelas diferenças
Conclusão
A capacidade de perdoar e dar segundas chances uns aos outros é um dos superpoderes da humanidade. Mas ele deve ser usado com sabedoria. Faça isso apenas quando sentir que você e a outra parte estão dispostos a trabalhar para que o relacionamento funcione novamente.