Segundo a American Academy of Dermatology (AAD), quando se trata do uso da tecnologia no cuidado da pele, o futuro é agora.
Se há alguns anos a tecnologia era muito mais fortemente associada à engenharia e à ciência, hoje o cenário é diferente. Os avanços tecnológicos ultrapassaram barreiras e são largamente aplicados em prol da beleza e da saúde da pele. Cada vez mais presentes na dermatologia, esses avanços oferecem resultados progressivamente mais seguros e eficientes.
Algumas novidades estão se destacando, como a aplicação do laser para o tratamento da
acne severa e de cicatrizes, a volumização dos lábios sem agulha e o rejuvenescimento da face, com melhora importante da flacidez e das rugas. Também temos inovações no tratamento da calvície, com resultados expressivos em apenas uma sessão.
A tecnologia pode ser empregada na prevenção e no tratamento de doenças da pele, como câncer e rosácea. Vamos enumerar a seguir os lasers que têm se destacado nas mais diversas modalidades da dermatologia.
Hoje é possível obter um resultado natural de volumização e rejuvenescimento dos lábios com o uso do LipLase, que usa a energia subablativa do laser para estimular o tecido mucoso a produzir colágeno, oferecendo um tratamento sem agulhas e sem preenchimento. A técnica ajuda a dar aos lábios finos uma aparência mais preenchida, auxiliando também no tratamento das rugas dessa região (o famoso “código de barras”), além de trazer mais sustentação e melhora do contorno labial. O Laser Lip Flip possibilita que o tecido no interior do lábio superior e inferior acumule calor para aumentar e definir a borda da boca, sendo um tratamento seguro e eficaz.
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Já para quem sofre com acne e cicatrizes de acne, a boa notícia é que o FDA (órgão regulador de medicamentos e alimentos norte-americano) aprovou recentemente um laser para tratar acne vulgar leve a grave: o Accure Laser System, fabricado pela Quanta System. A acne é uma condição comum e de difícil tratamento em alguns pacientes. De acordo com estudos recentes, aproximadamente 50% das mulheres na faixa dos 20 anos apresentam um quadro crônico de acne, sendo que 33% das mulheres na faixa dos 30 anos e 25% das mulheres na faixa dos 40 anos também sofrem com o problema. A tecnologia se mostrou segura e eficaz nesses casos, tendo sido estudada em todos os tipos de pele com baixo risco de complicações (como a hiperpigmentação pós-inflamatória, uma preocupação muito comum para quem possui melasma e nas peles de fototipos mais altos).
Por fim, mas não menos importante, quero ressaltar as novidades para rejuvenescimento e tratamento da flacidez facial: o Emface e o Morpheus.
O Emface é o mais novo tratamento não cirúrgico que tem chamado a atenção e tem sido alvo de comentários em mídias sociais, após declarações das atrizes Rebel Wilson e Jessica Simpson sobre os bons resultados. É uma tecnologia única, que trata simultaneamente músculos faciais, pele e tecido conjuntivo, promovendo um efeito lifting a partir da tonificação dos músculos da face. O Morpheus é outro aparelho recente, porém já consagrado, que consiste em uma radiofrequência microagulhada para o tratamento de rugas e flacidez da face e corpo. Os resultados são os que mais se aproximam de um lifting não cirúrgico. Seguro e minimamente invasivo, indicado para todos os fototipos, utiliza a radiofrequência e o microagulhamento para gerar uma remodelação intensa, de forma simultânea e em diferentes camadas da pele.
Temos, portanto, diversas opções tecnológicas a favor da valorização da beleza natural e do tratamento de doenças da pele, com práticas menos invasivas e mais eficazes. Lembro que, apesar da evolução do mercado, é fundamental que o paciente seja acompanhado e avaliado por um médico dermatologista especialista para a seleção e indicação assertiva de cada procedimento.
Dra. Letícia Nanci é médica do Hospital Sírio-Libanês, médica responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
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Coluna publicada na edição 104 da revista Forbes, em dezembro de 2022.