Atualmente, há aplicativos para praticamente tudo o que se possa imaginar, até aqueles voltados para o gerenciamento e a redução do consumo de álcool, como é o caso do Drink Less e do Drink Control. O Drink Less, por exemplo, é recomendado pelo Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido, o NHS.
Não há dúvida de que os apps levam algumas vantagens em relação às estratégias presenciais. Primeiro, porque o anonimato ajuda a diminuir o preconceito que a própria pessoa tem quando se trata de pedir ajuda para controlar o consumo excessivo de álcool.
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Segundo, porque um aplicativo é muito mais barato do que um acompanhamento cara a cara, além de ser acessível a um número maior de pessoas. Uma parcela significativa da população brasileira tem celulares, mas nem sempre mora em uma região ou cidade que conta com um especialista no assunto.
O que pesquisadores que trabalham com essas estratégias digitais têm percebido é que uma das melhores maneiras para manter o usuário engajado é usar notificações como alertas, cutucadas ou push, que são aquelas mensagens automáticas enviadas por um aplicativo e que aparecem na tela do celular para chamar a atenção dele.
Embora ainda não exista nada conclusivo a respeito do uso desses apps para o controle do consumo de álcool já existem alguns resultados promissores. Vou citar um deles: depois de 6 meses de acompanhamento, pesquisadores irlandeses observaram que pacientes que tinham passado por um programa de reabilitação e que usaram um software chamado UcontrolDrink conseguiram reduzir o número de dias em que bebiam de forma nociva.
Essa é uma ótima notícia, porque até então não havia, para os aplicativos disponíveis, comprovação científica de que efetivamente funcionavam. Isso abre a perspectiva de, no futuro, termos mais uma ferramenta à disposição para nos ajudar a recuperar pessoas que consomem álcool de maneira frequente e excessiva.
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Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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