A calvície é uma doença crônica, sabia? Também conhecida como alopecia androgenética, ela é relativamente frequente na população e atinge tanto homens quanto mulheres.
Assim como o diabetes ou a hipertensão, por exemplo, a calvície precisa de tratamento constante para que o quadro não evolua. Sempre digo aos pacientes que, quanto antes o tratamento for iniciado, melhores serão os resultados. E a manutenção desse cuidado é imprescindível para o controle do quadro.
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Dados indicam que o Brasil possui, atualmente, 42 milhões de pessoas afetadas pela calvície, incluindo homens e mulheres. Um ponto que chama a atenção é a quantidade de jovens, entre 20 e 25 anos, que sofrem com a queda capilar. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) estima que essa faixa etária já represente 25% dos brasileiros que enfrentam o problema. As mulheres correspondem a 40% dos pacientes, com um crescimento de 10% nos últimos três anos, conforme o Censo 2022 da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS).
De forma geral, a calvície se manifesta de maneira progressiva, fazendo com que os fios nasçam mais finos. A boa notícia é que existem tratamentos bastante eficazes se aplicados logo no aparecimento dos primeiros sinais. A combinação com o implante capilar muitas vezes é necessária para um melhor resultado estético, especialmente em casos avançados de calvície. Contudo, ambos os métodos devem ser considerados, já que um não substitui nem invalida o outro.
Combinando o uso de medicamentos orais com procedimentos avançados, como o laser Thulium e a mesoterapia, é possível interromper a progressão da alopecia. O procedimento deve ser realizado mensalmente, em associação com a mesoterapia ou MMP, que é a microinfusão de medicamentos e vitaminas no couro cabeludo.
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Associamos esses tratamentos para obter um melhor resultado, utilizando minoxidil oral ou bloqueadores hormonais para controlar a doença, de modo a estabilizar o processo e recuperar parte da perda. Em homens, empregamos a finasterida e, nas mulheres, anticoncepcionais ou medicações antiandrogênicas, como espironolactona, dutasterida, ciproterona e a própria finasterida, dependendo do caso.
Recomendamos, também, o uso oral de nutracêuticos. Tudo isso, claro, em conjunto com os procedimentos realizados no consultório médico, como a fotobiomodulação capilar – equipamentos a laser e LED, que visam controlar o quadro e estimular o crescimento dos fios.
Mais recentemente e com resultados promissores, temos os procedimentos de terapia celular, como o PRP (plasma rico em plaquetas) e o Rigenera. Este último consiste na técnica de aplicação de microenxertos autólogos, nos quais microfragmentos de células do couro cabeludo são retirados na região da nuca. Esse tratamento pode ser realizado anual ou semestralmente.
Embora não acarrete problemas de saúde, a calvície é uma doença que pode ter um grande impacto psicológico e afetar a autoestima. Lembre-se: não existe saúde integral sem saúde emocional.
Dra. Letícia Nanci é médica do Hospital Sírio-Libanês, médica responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
Coluna publicada na edição 111 da revista Forbes, em agosto de 2023.