A fertilidade após o tratamento de um câncer é um assunto que preocupa muito as mulheres jovens que recebem o diagnóstico da doença. Esta questão foi tema de um estudo apresentado no último Congresso Americano de Oncologia, realizado em junho deste ano.
A pesquisa incluiu 1.213 participantes que foram diagnosticados com câncer de mama aos 40 anos ou menos, de 2006 a 2016. O estudo avaliou o porcentual de mulheres que desejavam engravidar e tiveram sucesso em pelo menos uma gravidez.
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Entre as 197 pacientes que tentaram engravidar, 65% conseguiram. Ou seja, de cada três mulheres, duas conseguiram dar à luz pelo menos um filho. Estes são dados extremamente relevantes, pois demonstram ser possível realizar o sonho da maternidade, mesmo após um diagnóstico de câncer de mama.
É importante destacar que diversas técnicas têm oferecido esperança para preservação ou recuperação da fertilidade mulheres submetidas ao tratamento contra o câncer, não só no caso de tumores de mama. Entre essas técnicas estão o congelamento de embriões, de óvulos, ou do próprio tecido ovariano, além da possibilidade de transposição dos ovários nos casos em que é necessária a radioterapia.
No entanto, ainda não há uma política pública estabelecida para esses procedimentos aqui no Brasil. Este é um tema relevante e que precisa ser incluído nos debates sobre os cuidados das pacientes com câncer. Assim, mulheres jovens, mesmo após o tratamento, podem realizar o sonho de serem mães.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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