O Conselho de Administração da BRF, maior exportadora de aves do mundo, indicou ontem (6) o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan para substituir a Abílio Diniz como presidente do órgão, de acordo com fato relevante enviado pela empresa aos acionistas.
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O anúncio, feito após dois dias de reuniões finalizadas ontem, é uma grande derrota para Abilio Diniz, que se juntou à empresa em 2013, após comprar uma parte relevante das ações por meio da sua empresa de investimentos, a Península Participações.
O Conselho da BRF aceitou formar uma lista alternativa de indicações para a presidência e outros membros do conselho, a ser apresentada em assembleia-geral no dia 26 de abril, depois que importantes acionistas, como os fundos de pensão Previ e Petros, pediram a saída de Diniz e outras mudanças no órgão.
A empresa teve um prejuízo de R$ 1 bilhão no ano passado em decorrência de perdas por causa da operação Carne Fraca, que apontou supostas propinas para que fiscais sanitários fizessem vista grossa a problemas na qualidade das produções.
O escândalo causou fechamento de fábricas, restrições de exportação e uma crise geral no gerenciamento da empresa. Em novembro, a BRF escolheu um novo CEO, José Drummond, para liderar uma reforma da companhia, em substituição a Pedro Faria, que chegou a ser preso temporariamente no curso das investigações.
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Diniz chegou ao grupo depois que sua família vendeu grande parte da Companhia Brasileira de Distribuição para o grupo francês Casino. Ele também é um grande acionista do grupo varejista Carrefour e membro do conselho da empresa na França e no Brasil.
Luiz Fernando Furlan é acionista da BRF. Ele é ex-presidente da Sadia, comprada pela Perdigão em 2009 para a formação da empresa atual, líder mundial em produção de proteína animal.
Furlan também foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.