O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, disse que foi “insensato” de sua parte desprezar os analistas de Wall Street em uma teleconferência depois da divulgação dos resultados da empresa na quarta-feira (2).
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Em uma série de tuítes hoje (4), Musk afirmou que os dois analistas a quem ele deixou de responder “estavam tentando justificar uma posição de venda”. Mas os dois têm classificações neutras sobre as ações, de acordo com dados da Thomson Reuters.
O tratamento dado por Musk a Joseph Spak, da RBC Capital Markets, e Toni Sacconaghi, de Bernstein, irritou Wall Street e fez com que as ações da Tesla caíssem 5% ontem (3). Musk, na teleconferência, disse que “perguntas chatas e idiotas não são legais” e foi para uma linha alternativa de questionamento de um investidor pouco conhecido, que administra o canal de investimento do YouTube “HyperChange TV”.
“Eu deveria ter respondido as perguntas ao vivo. Foi tolice da minha parte ignorá-las”, escreveu Musk em um tuíte.
Os dois analistas não estavam disponíveis para comentar os tuítes de Musk.
Na conferência, Musk foi questionado sobre as reservas relacionadas ao sedã Model 3 e a necessidade de capital da empresa.
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A Tesla tem queimado dinheiro enquanto se esforça para construir, de forma eficiente e lucrativa, seu primeiro veículo destinado a ser produzido em alto volume, o Model 3.
“As perguntas ‘secas’ não foram feitas por investidores, mas sim por dois analistas que estavam tentando justificar sua posição de venda para a Tesla. Eles estão realmente do lado oposto dos investidores”, Musk tuitou hoje. “A HyperChange representava os investidores reais, então eu direcionei meu foco para ela”, escreveu em outro post. Musk dedicou 23 minutos ao investidor de 25 anos Galileo Russell, que dirige o “HyperChange TV”.
A estranha teleconferência rendeu comentários contundentes de analistas e pelo menos três corretoras cortaram os preços-alvo para as ações da empresas.
“Embora as consequências sejam inquantificáveis, acreditamos que o presidente-executivo da Tesla cometeu um erro ao se recusar a responder algumas das perguntas dos analistas sobre o Model 3”, escreveu Adam Jonas, analista do Morgan Stanley, em nota ontem.
Sacconaghi, um dos analistas rejeitados, escreveu que “nos preocupamos com o fato de que tais teatralidades minem desnecessariamente a confiança do investidor na perspectiva da Tesla”.