A gigante de alimentos Nestlé planeja combinar suas operações de pesquisa científica em uma única unidade, na tentativa de acelerar o desenvolvimento de novos produtos em um momento em que a concorrência com empresas menores está se intensificando.
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A maior fabricante de alimentos embalados do mundo, com marcas como Nescafé e água Perrier, vem enfrentando há anos desaceleração nas vendas. Agora, a empresa também está sob pressão do acionista ativista Daniel Loeb para aumentar o retorno aos investidores.
Para competir melhor, a empresa suíça disse à Reuters que fundiu o Centro de Pesquisa Nestlé e o Instituto Nestlé de Ciências da Saúde (NIHS, na sigla em inglês) em uma organização chamada Nestlé Research. A nova entidade, que deve ser anunciada oficialmente ainda hoje (24), continuará baseada em Lausanne, na Suíça, e empregará cerca de 800 pessoas.
A reorganização, que será efetiva a partir de 1º de julho, não envolverá cortes de empregos ou o fechamento de instalações, disse um porta-voz.
Ao vincular a pesquisa pura feita no NIHS ao foco no aspecto comercia do Centro de Pesquisa, a empresa espera acelerar a tradução de descobertas científicas em produtos comercializáveis. Outro objetivo é que a iniciativa ajude a competir com rivais menores e mais ágeis que vêm conquistando fatia de mercado da Nestlé e de outras grandes empresas como a Danone, a Unilever, a Kraft Heinz e a Kellogg.
O vice-presidente de tecnologia da companhia, Stefan Palzer, reconheceu, no início do mês, que a Nestlé precisa acompanhar o aumento da demanda por produtos orgânicos, sem glúten ou veganos. “As grandes tendências são adotadas mais ativamente por empresas menores do que pelas grandes “, disse ele à Reuters antes de os planos de otimização da Nestlé terem sido finalizados.
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Nos Estados Unidos – o maior mercado de alimentos embalados do mundo –, as pequenas marcas poderão responder por 15% de um setor de US$ 464 bilhões em uma década, contra cerca de 5% no ano passado, previu a Bernstein Research em 2017.