O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu desculpas aos parlamentares da União Europeia hoje (22) pelo grande vazamento de dados, em sua mais recente tentativa de colocar um ponto final no escândalo que abalou a maior rede de mídia social do mundo.
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Zuckerberg concordou em se encontrar com líderes do Parlamento Europeu para responder a perguntas sobre como a consultoria política Cambridge Analytica acessou indevidamente os dados pessoais de 87 milhões de usuários do Facebook, incluindo até 2,7 milhões na UE.
Em seu discurso na abertura do encontro, o CEO disse que “ficou claro nos últimos dois anos que não fizemos o suficiente para impedir que as ferramentas que construímos sejam usadas para o mal também”.
“Seja uma notícia falsa, uma interferência estrangeira em eleições ou desenvolvedores usando indevidamente as informações das pessoas, não tivemos uma visão ampla o suficiente de nossas responsabilidades. Isso foi um erro, e eu sinto muito.”
Seus comentários ecoam um pedido de desculpas no mês passado aos legisladores dos EUA. Mas ainda restam dúvidas sobre como o Facebook permitiu que o vazamento acontecesse e se a empresa está fazendo o suficiente para evitar que o vazamento volte a ocorrer.
A aparição de Zuckerberg em Bruxelas acontece três dias antes que as novas regras da UE sobre proteção de dados entrem em vigor. As empresas estarão sujeitas a multas de até 4% do faturamento global por violá-las.
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Na sessão, um parlamentar conservador alemão perguntou por que o Facebook não deveria ser desmembrado como um monopólio.
Zuckerberg se recusou a responder perguntas específicas sobre o uso cruzado de dados do Facebook, seu serviço de mensagens WhatsApp, que tem mais de um bilhão de usuários diários, e o bloqueio de anúncios direcionados.
Assim como fez com uma série de perguntas de parlamentares dos EUA no mês passado, Zuckerberg disse que enviaria respostas mais tarde.
No entanto, ele disse que o Facebook deve estar em conformidade com as regras da UE, quando entrarem em vigor em 25 de maio, enfatizando o compromisso da empresa com a Europa, onde empregará 10 mil pessoas até o final do ano.
“Acredito profundamente no que estamos fazendo. E depois que enfrentarmos esses desafios, sei que olharemos para trás e veremos as pessoas se conectando e dando voz a mais e mais gente, como uma força positiva aqui na Europa e em todo o mundo”, disse ele.
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Desde o escândalo da Cambridge Analytica, o Facebook suspendeu 200 aplicativos de suas plataformas enquanto investiga aplicativos de terceiros que têm acesso a grandes quantidades de dados de usuários.
A Cambridge Analytica e sua controladora britânica, a SCL Elections, declararam falência e fecharam.
Zuckerberg disse que os investimentos em segurança afetariam significativamente a lucratividade do Facebook, mas “manter as pessoas seguras sempre será mais importante do que maximizar nossos lucros”.