A fabricante de equipamentos elétricos e tintas industriais WEG está vendo uma retomada nas encomendas de produtos de ciclo longo fora do Brasil e avalia expandir fábrica na China, afirmaram hoje (19) executivos da empresa.
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Produtos de ciclo longo normalmente carregam margens maiores para a empresa e costumam ser encomendados para equipar projetos de grande porte, como hidrelétricas.
“Estamos vendo alguma recuperação no mercado de ciclo longo, principalmente na região Ásia-Pacífico”, disse o diretor financeiro da WEG, André Luís Rodrigues, em teleconferência com analistas para discussão dos resultados de segundo trimestre da companhia divulgados ontem (18) que mostraram crescimento de 24% no lucro líquido sobre um ano antes.
“A Índia está se desenvolvendo muito bem, nossa unidade lá está trabalhando toda tomada de pedidos… Nos EUA, nossa fábrica está com carteira de pedidos longos também muito positiva”, afirmou o executivo. “Avaliamos investimento adicional de US$ 22 milhões para aumentarmos a produção na China”, acrescentou.
No Brasil, a companhia, cujos produtos são um termômetro da saúde da economia, avalia que o crescimento continua sendo impulsionado por produtos de ciclo curto. Segundo Rodrigues, apesar da greve dos caminhoneiros ter reduzido a confiança dos empresários na economia, “indústrias importantes continuam com trajetória de recuperação, o que gera oportunidades em projetos de ciclo longo”.
As ações da WEG recuavam cerca de 0,5% por volta das 12h30, enquanto o Ibovespa caía 1,51%.
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Rodrigues afirmou que a greve dos caminhoneiros no final de maio não chegou a causar grandes prejuízos para os pedidos da WEG e que a maior parte dessas perdas “já foi recuperada”.
“Se for calcular o impacto [da greve] em termos de margem foi cerca de 0,3 ponto no Ebitda”, disse o executivo.
A WEG espera adicionar neste ano entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões ao seu faturamento com a entrega de projetos de energia solar, mas a maior parte da cifra ocorreu na primeira metade do ano.
De acordo com executivos da empresa, a área, que é uma das mais recentes operações da WEG, deve apresentar no terceiro trimestre redução no faturamento, após entregas na primeira metade do ano, mas deverá se recuperar no quarto trimestre com o início de um novo projeto.
O diretor de finanças e relações com investidores da WEG, Paulo Geraldo Polezi, afirmou que o último projeto fornecido pela companhia é referente a leilão de energia ocorrido em 2015. “Temos perspectivas de que este negócio continue sendo positivo no futuro por conta de leilões realizados nos anos seguintes.”
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Sobre aumento em custos com matérias-primas, os executivos afirmaram que a política de hedge está conseguindo fazer a empresa evitar reajustar valores, por conta da alta dos preços do cobre, após um aumento promovido no início do ano. Segundo eles, o nível atual dos preços praticados pela WEG está adequado aos custos de matéria-prima.