A BRF está lançando uma linha de produtos de frango voltada para clientes no Brasil preocupados com a origem da comida que consomem, disse o diretor de marketing da empresa, Rodrigo Lacerda, em um momento em que a maior processadora de aves do país enfrenta sobreoferta após uma série de suspensões de exportação.
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O executivo disse que a iniciativa, a primeira desde que o presidente-executivo Pedro Parente se juntou à companhia, é uma maneira de vender produtos com maior valor agregado. Os novos cortes de frangos da chamada “Sadia Bio” serão livres de antibióticos e feitos com animais alimentados com ração 100% vegetal.
Os consumidores que optarem por ela terão ferramentas para rastrear a origem do produto até a granja.
Lacerda disse que os novos produtos deverão chegar aos supermercados na próxima semana, quando a empresa espera ter concluído as negociações com varejistas para a comercialização dos primeiros lotes.
O diretor, que está na empresa há oito meses, recusou-se a dizer quanto a empresa cobrará a mais pelo produto. Com o lançamento, a BRF se alinha a outros produtores globais de aves que tentam explorar a preferência dos consumidores por produtos vistos como mais naturais e saudáveis.
Ainda que produzido em condições especiais, este frango não pode ser considerado orgânico, pois o animal precisa ser alimentado com grãos de origem orgânica, o que não é o caso, disse a BRF.
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A companhia está sob pressão para vender mais aves no mercado doméstico brasileiro depois que vários importadores proibiram a compra de seus frangos. As restrições vieram após alegações de que ela e outras empresas subornaram os inspetores de saúde para burlar regras de vigilância sanitária.
Lacerda disse que apenas frangos livres de antibióticos de granjas selecionadas no Estado do Mato Grosso serão abatidos para a linha. “Há muito mais cuidado nesta linha do que na regular”, disse.
Parente, confirmado presidente do conselho de administração da BRF em abril e presidente-executivo em junho, foi contratado quando os acionistas pediram uma reformulação administrativa, depois que o maior exportador de frango do mundo acumulou R$ 1 bilhão em perdas no ano passado.
A nova linha só será vendida no mercado doméstico, inicialmente na região Sudeste do país, afirmou Lacerda.