As preocupações com o cenário eleitoral doméstico fizeram com que o dólar superasse hoje (13) 1% de valorização e batesse a máxima recorde do Plano Real, ao terminar próximo dos R$ 4,20.
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Assim, o câmbio terminou na contramão do exterior, onde uma busca pelo risco favoreceu o avanço de divisas de países emergentes.
O dólar avançou 1,21%, a R$ 4,1957 na venda, maior nível da moeda desde sua criação. Até então, o recorde era de 21 de janeiro de 2016, quando terminou em R$ 4,1655.
Neste mês até agora, o dólar já subiu 3,03% ante o real. Hoje, marcou a máxima de R$ 4,2069 e a R$ 4,1245 na mínima do dia, logo depois da abertura dos negócios. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,79%.
“Dúvidas sobre a saúde de Bolsonaro e a expectativa com o Datafolha de amanhã (14) redobraram a cautela dos agentes”, comentou um operador de câmbio de uma gestora local.
Na noite passada (12), o líder das pesquisas de intenção de votos, Jair Bolsonaro (PSL), passou por nova cirurgia e voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim, o candidato deve ficar de fora de “agendas de rua” ao menos no primeiro turno da campanha.
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Os investidores temem que um candidato menos comprometido com o ajuste fiscal ganhe a disputa pela Presidência em outubro.
O mercado aguardava ainda novas pesquisas de intenção de votos, com destaque para o Datafolha amanhã depois do fechamento dos mercados no Brasil. Os dados para esse levantamento estão sendo colhidos hoje.
Com o nervosismo eleitoral, o mercado doméstico acabou se descolando no exterior, que teve dia de busca pelo risco, após a Turquia elevar os juros e os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos não reforçarem apostas de subida mais intensa dos juros no país.
“Se o núcleo da inflação não melhorar significativamente no próximo ano, isso resultaria em ritmo ainda mais gradual de elevação das taxas”, comentou o analista da gestora CIBC Andrew Grantham, em nota.
Juros elevados nos Estados Unidos têm potencial de atrair recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.
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Na véspera, os Estados Unidos convidarem os chineses para retomar as conversas comerciais, no momento em que Washington se preparava para intensificar a guerra comercial entre os dois países com tarifas sobre US$ 200 bilhões em bens chineses.
O dólar caía ante divisas de países emergentes, com destaque para a lira turca, após o banco central do país subir os juros para 24%. Também perdia força ante outras divisas fortes.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 4,360 bilhões do total de US$ 9,801 bilhões que vencem em outubro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.