Um telescópio orbital desenvolvido para detectar mundos fora do sistema solar descobriu dois planetas distantes nesta semana, cinco meses após o lançamento do Cabo Canaveral, no Estado norte-americano da Flórida, disseram ontem (20) autoridades.
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O Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito da Nasa, mais conhecido como Tess, fez uma descoberta precoce de “super-Terras” e “Terras quentes” em sistemas solares a não menos de 49 anos-luz de distância, a primeira descoberta do satélite desde o lançamento em abril.
A missão de dois anos e US$ 337 milhões do Tess almeja ampliar o catálogo dos chamados exoplanetas, mundos que circulam estrelas distantes, conhecidos pelos astrônomos.
Embora os dois planetas sejam quentes demais para comportar vida, a vice-diretora de ciência do Tess, Sara Seager, acredita em muitas outras descobertas deste tipo. “Teremos que esperar para ver o que mais ele descobre”, disse ela à Reuters. “Sabemos que há planetas lá fora, enchendo o céu noturno, só esperando para serem encontrados.”
O Tess foi concebido para capitalizar o trabalho de seu antecessor, o telescópio espacial Kepler, que descobriu a maior parte dos cerca de 3.700 exoplanetas documentados durante os últimos 20 anos e que está ficando sem combustível.
A Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) espera localizar milhares de mundos até agora desconhecidos, talvez centenas deles do tamanho da Terra ou “super-Terras” – não maiores do que duas vezes o tamanho de nosso planeta.
Acredita-se que nestes é mais provável encontrar superfícies rochosas ou oceanos, e por isso eles são considerados os melhores candidatos para a evolução da vida. Cientistas disseram crer que futuramente o Tess ajudará a catalogar ao menos outros 100 exoplanetas rochosos para estudos posteriores do que se tornou um dos campos de exploração mais novos da astronomia.
Na quarta-feira (19) pesquisadores do MIT anunciaram a descoberta do Pi Mensae c, uma “super-Terra” a 60 anos-luz de distância orbitando seu sol a cada 6,3 dias. A descoberta do LHS 3844 b, uma “Terra quente” situada a 49 anos-luz de distância que orbita seu sol a cada 11 horas, foi anunciada ontem (20).
Os dois planetas novos, que ainda precisam ser analisados por outros pesquisadores, oferecem uma chance para estudos posteriores, disseram autoridades.