A Cielo teve nova rodada de resultados cadentes no terceiro trimestre, uma vez que a crescente competição voltou a pressionar as receitas e as despesas da maior empresa de meios de pagamentos eletrônicos do país.
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A empresa anunciou hoje (30) que seu lucro líquido de julho a setembro somou R$ 793,2 milhões, uma queda de 22% ante mesma etapa de 2017. No critério ajustado, o lucro caiu 20,1% ano a ano, para R$ 812,8 milhões. A previsão média de analistas era de lucro de R$ 891,9 milhões
Embora a receita líquida tenha crescido 1,1% no comparativo anual, a R$ 2,96 bilhões, o forte aumento de despesas com vendas e marketing desgastou as margens.
O resultado operacional da Cielo, medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), de R$ 1,15 bilhão, caiu 11,2% ano a ano, e veio também abaixo da previsão de analistas, de R$ 1,32 bilhão. A margem Ebitda caiu 5,4%, a 38,9%.
O número de pontos de vendas clientes da Cielo, de 1,1 milhão, ficou estável pela medição sequencial pela primeira vez em cerca de três anos, graças à expansão da marca Stelo, voltada para pequenos negócios. Ano a ano, porém, houve queda de 200 mil clientes. Já a base de terminais subiu 3,3% sobre o trimestre anterior, embora tenha caído 3,2% ano a ano, para 1,659 milhão de equipamentos.
Umas das linhas mais pressionadas do negócio foi a aquisição de recebíveis, na qual a credenciadora ganha juros ao antecipar aos comerciantes valores das compras pagas com cartões de crédito e de débito.
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A compra de recebíveis no trimestre foi de R$ 351,7 milhões, um recuo de 38,8% ante igual intervalo de 2017. Além disso, a empresa alegou “menor receita de aluguel e o menor preço praticado como reflexo de um cenário mais competitivo”.
Com isso, o yield de receita líquida, uma métrica de rentabilidade da companhia, caiu a 1,01%, o piso em pelo menos três anos.
Esse movimento se dá na esteira da entrada agressiva de concorrentes como PagSeguro e Stone, que estrearam na bolsa neste ano e que têm praticado isenção de aluguel de terminais e cobrado tarifas menores por transação.
Os esforços da Cielo para reagir à maior concorrência fizeram seus gastos totais também subirem 9,3% no trimestre, contra mesma etapa de 2017, para R$ 2,04 bilhões, avanço impulsionado por maiores desembolsos com marketing e pessoal, entre outros.
A companhia, cujos principais executivos detalham os resultados em teleconferência com analistas amanhã (31), será liderada por Paulo Caffarelli, ex-presidente-executivo do Banco do Brasil.