Demitido da direção da Nissan, Carlos Ghosn prometeu “dizer a verdade” em uma coletiva de imprensa na próxima semana, usando o Twitter para fazer seu primeiro comunicado desde que foi solto sob fiança e horas depois de uma reportagem dizer que procuradores preparam um novo caso contra ele.
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Ghosn, elogiado por muitos por resgatar a Nissan de uma falência iminente duas décadas atrás, caiu em desgraça de forma dramática, o que abalou a indústria automotiva global e provocou dúvidas sobre o futuro da aliança da Nissan com a francesa Renault.
Ele foi preso em Tóquio em novembro e enfrenta acusações de má conduta financeira e violação de confiança grave por supostamente omitir cerca de US$ 82 milhões em salários e transferir perdas financeiras pessoais temporariamente para os livros contábeis da Nissan durante a crise financeira.
Libertado no mês passado com uma fiança de US$ 9 milhões, Ghosn negou as acusações, que afirmou “não terem mérito”, e disse ser vítima de um golpe da diretoria.
“Estou me preparando para dizer a verdade sobre o que está acontecendo. Coletiva de imprensa na quinta-feira, 11 de abril”, escreveu Ghosn no Twitter, que mostrou a marca azul que indica que o tuíte foi verificado pela rede social.
Foi a única mensagem, em japonês e inglês, na conta criada neste mês.
Pelos termos da fiança, Ghosn não tem permissão de usar a internet, mas o tuíte pode ter sido publicado em seu nome, como é comum para celebridades e figuras de grande destaque. Não foi possível contatar representantes de Ghosn para obter comentários sobre a mensagem.
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Mais cedo, o jornal japonês “Yomiuri” noticiou que procuradores de Tóquio estão preparando um novo caso contra ele devido a supostos pagamentos que a montadora fez a um parceiro de negócios em Omã.
Os procuradores estão conversando com a Suprema Procuradoria-Geral e outras entidades e planejam decidir em breve se processarão Ghosn por novas acusações de violação de confiança grave, disse o jornal, citando fontes envolvidas no caso.
Um porta-voz da Procuradoria-Geral de Tóquio disse não estar ciente de nenhuma investigação nova quando foi indagado pela Reuters.
Já o porta-voz de Ghosn havia dito que pagamentos de US$ 32 milhões feitos ao longo de nove anos foram recompensas pelo fato de a empresa de Omã ser uma concessionária destacada da Nissan. Estes incentivos não estavam a cargo de Ghosn e os fundos não saldaram dívidas pessoais, segundo o porta-voz.
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