O dólar fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo hoje (21), o que não acontecia havia um mês, diante do dia favorável a ativos de risco no exterior e depois de o Banco Central ter feito venda direta de moeda no mercado à vista pela primeira vez em dez anos.
O dólar negociado no mercado spot caiu 0,50%, a R$ 4,0314 na venda. Na véspera, a cotação havia recuado 0,40%. Desde os dias 17 e 18 de julho, o dólar não engatava duas baixas consecutivas. Na B3, o dólar futuro cedia 0,53%, a R$ 4,0350.
O real teve o quarto melhor desempenho em uma lista de 33 pares do dólar, em um dia de valorização de moedas emergentes em meio a apetite por risco também nos mercados de ações.
A aguardada ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, divulgada nesta tarde, teve efeito limitado nos mercados. Os membros do Fomc debateram cortar os juros de forma mais agressiva, mas se mantiveram unidos na intenção de evitar sinalizações de mais cortes de juros.
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Do lado doméstico, o grande evento ficou a cargo do Banco Central, com o início dos leilões simultâneos de dólar à vista e de contratos de swap cambial reverso.
Foram vendidos US$ 200 milhões em moeda física, 4.000 contratos de swap cambial reverso, além de 7.000 contratos de swap tradicional. A oferta inicial de dólares das reservas era de US$ 550 milhões.
As taxas de cupom cambial subiram, em um sinal de dúvida sobre aumento de liquidez. “Acho que o BC foi exigente demais”, disse um gestor, em referência à apuração das propostas para o leilão de dólar à vista. Para ele, sucessivas colocações parciais nesses leilões poderão pressionar mais as taxas de juros em dólar e a própria cotação da moeda. “O BC deveria (também) anunciar a rolagem integral das linhas de dólar e, dependendo dos preços, não rolar tudo”, afirmou.
As ofertas de linhas de dólares com compromisso de recompra ajudam a irrigar o mercado à vista, contribuindo para alívio nas taxas de juros em dólar. Com a venda direta (sem compromisso de recompra) de dólares no mercado pelo BC, há dúvidas sobre a postergação do vencimento das linhas.
“Ainda é cedo para ter uma avaliação mais clara. Se nos próximos dois ou três leilões continuar havendo colocação parcial (dos dólares à vista), então, talvez essa demanda por moeda à vista de fato não seja tão grande e não seja o principal fator de pressão no cupom”, afirmou Roberto Campos, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos.
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