A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos iniciará um inquérito formal de impeachment contra o presidente Donald Trump, devido aos relatos de que ele procurou ajuda estrangeira para difamar um rival político, estabelecendo um conflito dramático entre o Congresso e a Casa Branca que pode respingar na campanha presidencial de 2020.
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A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, anunciou o inquérito hoje (24) após uma reunião a portas fechadas com parlamentares democratas, dizendo que as ações de Trump parecem ter minado a segurança nacional e violado a Constituição dos EUA. “O presidente precisa ser responsabilizado. Ninguém está acima da lei”, disse Pelosi, que há meses reluta em aceitar um esforço de impeachment.
Trump reagiu rapidamente no Twitter, chamando o inquérito de “lixo de caça às bruxas”.
A mudança de opinião de Pelosi ocorreu após relatos de que Trump pressionou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em um telefonema em 25 de julho para investigar o líder entre os presidenciáveis democratas, Joe Biden, e seu filho.
Trump prometeu nesta terça-feira liberar uma transcrição de seu telefonema. Ele também confirmou que havia retido quase US$ 400 milhões em ajuda dos EUA à Ucrânia, mas negou que tenha feito isso para levar Zelenskiy a iniciar uma investigação que prejudicaria Biden.
Pelosi disse que os seis comitês do Congresso que atualmente investigam Trump continuarão com seus trabalhos como parte do inquérito.
Nesta terça-feira, Biden pediu a Trump que responda às investigações do Congresso sobre o assunto ou correrá o risco de um impeachment.
“Se ele continuar a obstruir o Congresso e desrespeitar a lei, Donald Trump deixará o Congresso, na minha visão, sem outra opção a não ser iniciar um processo de impeachment”, disse Biden a repórteres em Wilmington, em seu Estado natal, Delaware.
Trump, que resistiu a vários escândalos desde que assumiu o cargo em janeiro de 2017, disse que uma transcrição “completa, sem qualquer sigilo e não reduzida” do telefonema de 25 de julho será divulgada amanhã (25).
A controvérsia veio à tona depois que um delator da comunidade de inteligência dos EUA apresentou uma reclamação em um órgão interno sobre a conversa de Trump com Zelenskiy.
O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, afirmou que seu painel estava se comunicando com um advogado que representa o delator e que o indivíduo gostaria de prestar depoimento esta semana.
Trump disse que a transcrição mostrará que a ligação foi “totalmente apropriada”, que ele não pressionou Zelenskiy a investigar Biden e que não havia “quid pro quo” da ajuda dos EUA em troca de uma investigação. Quid pro quo é um termo em latim que significa um favor que é trocado por um favor.
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