A Harley-Davidson está apostando em motocicletas elétricas para atrair a próxima geração de jovens com consciência ambiental para reverter queda de vendas nos Estados Unidos.
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Mas conforme a Harley envia suas primeiras motocicletas “LiveWire” – que custam US$ 29.799 – para os revendedores, há poucas evidências de que a marca de 116 anos esteja alcançando novos clientes jovens.
O problema está principalmente no preço de produto “super premium”. A moto custa quase o mesmo que um Tesla Model 3 e visa um mercado que realmente não existe: motociclistas jovens, ricos e ecológicos.
A elegante moto esportiva está disponível para pré-encomenda nos Estados Unidos desde janeiro. No entanto, a maior parte das encomendas vem de motociclistas mais velhos, de acordo com entrevistas com 40 das 150 concessionárias nos EUA que vendem a motocicleta neste ano.
Durante anos, a Harley fracassou em aumentar as vendas nos Estados Unidos, sendo o principal mercado responsável por mais da metade de suas motocicletas vendidas. À medida que sua base de clientes nascidos no pós-guerra envelhece, a empresa com sede em Milwaukee está tem dificuldades em conquistar novos clientes.
Em 2018, a Harley teve a maior queda nas vendas em quatro anos nos Estados Unidos. As vendas nos EUA devem cair novamente este ano.
O preço das ações da fabricante caiu 42% nos últimos cinco anos. Em comparação, o S&P 500 ganhou 47%.
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Para aumentar as vendas, revendedores esperam que a Harley siga o caminho da Tesla: lance veículos elétricos mais acessíveis depois de criar um burburinho com um modelo premium.
O primeiro carro elétrico da Tesla custou mais de US$ 100 mil, mas os preços caíram com os modelos seguintes. O Model 3 agora vem com um preço base de US$ 35 mil e foi fundamental para elevar as vendas a um nível recorde no último trimestre.
As motocicletas tradicionais de nível básico da Harley Davidson custam cerca de US$ 6.900.
Mas, diferentemente da Tesla, a Harley não desfruta da verdadeira vantagem de ter sido pioneira. A Zero Motorcycles, com sede na Califórnia, já está vendendo motocicletas elétricas nos Estados Unidos, com preços de varejo que variam de US$ 8.500 a US$ 21 mil. Sua motocicleta de ponta – SR/F – é semelhante à LiveWire, mas custa quase US$ 9 mil a menos.
Ainda assim, Bob Clark, um revendedor de motocicletas da Zero em Chicago, diz que ainda não vendeu uma SR/F para motociclistas com menos de 35 anos. Todas as três motos elétricas que ele vendeu para jovens motociclistas este ano estavam na faixa de preço de US$ 10 mil.
“Os jovens pilotos são ambientalmente conscientes, mas também muito sensíveis ao preço”, disse Clark.
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Sete concessionárias Harley disseram à Reuters que nem se deram ao trabalho de encomendar a motocicleta LiveWire, o que exigiria investir em uma estação de carregamento de bateria de nível 3 e treinamento de funcionários.
Um revendedor de Ohio, que inicialmente se inscreveu para receber a LiveWire, disse que desistiu no último minuto porque não tinha certeza da demanda da moto em sua área.
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