A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou hoje (2) montagem de consórcio de fornecedores que vai apoiar a companhia na produção de caminhões e ônibus elétricos em Resende (RJ), projeto inserido em plano de investimento de R$ 1,5 bilhão da companhia até 2021.
A empresa, que já usa no complexo fabril sistema de consórcio de fornecedores na produção de veículos a diesel, escolheu como parceiros na produção de caminhões elétricos e também de sistemas de recarga de baterias as alemãs Siemens e Bosch, a sueca Semcon, a chinesa CATL e as brasileiras Moura e WEG.
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Outros dois parceiros do consórcio, na área de montagem dos veículos, ainda devem ser escolhidos até o final deste ano com preferência para grupos nacionais, disse o presidente-executivo da montadora, Roberto Cortes.
A empresa tem um acordo preliminar com a cervejaria Ambev para a venda de 1.600 caminhões elétricos com entrega das primeiras unidades a partir do final de 2020.
“A ideia é utilizarmos a linha de caminhões atual de Resende, mas com uma bifurcação para a parte da eletrificação”, disse Cortes, explicando que as baterias serão fornecidas via importação pela CATL, enquanto o motor elétrico será da WEG e a infraestrutura para postos de recarga a serem instalados pelos clientes será da Siemens. Atualmente, a fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende tem capacidade para produção de 100 mil caminhões a diesel por ano.
“A única forma de se fazer (viabilizar caminhões elétricos) é com parcerias”, disse Cortes, citando dificuldades de ganhos de escala na tecnologia de veículos pesados elétricos. Ele afirmou que um modelo elétrico tem preço que pode ser mais que duas vezes maior que de veículos a diesel. “Só a bateria é quase o preço de um caminhão”, comentou, sem precisar valores.
A expectativa é que ganhos de economia de escala sejam obtidos em 3 a 4 anos após o início da produção, quando o custo dos veículos poderá ser reduzido, disse Cortes. Segundo ele, o argumento de venda dos veículos por enquanto é economia de custos com manutenção e operação dos elétricos, que seriam a metade de seus equivalentes com motores a combustão.
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O executivo afirmou que até o final deste ano a Volkswagen Caminhões e Ônibus deverá anunciar novos clientes para seu caminhão elétrico, capaz de transportar 11 toneladas em ambientes urbanos. “Estamos conversando com vários clientes. Não só no Brasil como na América Latina”, disse Cortes, evitando mencionar nomes ou volumes de veículos negociados.
Mais adiante, entre um ano e um ano e meio depois do início da produção dos caminhões elétricos, a montadora deverá iniciar a montagem de ônibus elétricos, em parceria com os mesmos fornecedores, com exceção da carroceria, disse Cortes. “Já temos clientes interessados, estamos analisando alguns para testar em condições reais”, disse Cortes, citando a Eletra, de São Bernardo do Campo (SP).
O anúncio do consórcio para elétricos da Volkswagen Caminhões e Ônibus ocorreu no mesmo dia em que a associação de concessionárias de veículos, Fenabrave, divulgou que as vendas de caminhões novos no Brasil acumulam alta de 40,65% no acumulado do ano até setembro, apesar do estágio letárgico da economia.
Segundo Cortes, o mercado segue com movimento de substituição de veículos mais antigos, comprados por volta do pico do setor em 2011, por mais novos, aproveitando ainda a redução de taxas de juros da economia.
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“Desde meados de 2017 estamos passando por essa recuperação. Com a redução da taxa de juros, a equação financeira [de compra de caminhão novo] se paga com o que se deixa de pagar em manutenção do antigo”, disse o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
Ele estimou que o mercado brasileiro de caminhões deverá continuar apresentando crescimento em 2020. “Não há motivos para se esperar que haja reversão nessa tendência”, disse ele, citando força do agronegócio, responsável por boa parte das vendas de caminhões extrapesados neste ano.
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