O dólar voltou a fechar em alta ante o real hoje (12), devolvendo praticamente toda a queda da véspera, num dia de forte aversão a risco nos mercados da América Latina em meio a sinais de escalada na instabilidade política na região.
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O dólar à vista fechou em alta de 0,58%, a R$ 4,1669 na venda. Com isso, ficou a apenas 0,69% da máxima histórica de fechamento, registrada em 13 de setembro de 2018 (R$ 4,1957 na venda). Na máxima desta terça, a cotação foi a R$ 4,1882 na venda. Na compra, bateu R$ 4,1875, maior valor intradia desde 25 de setembro (R$ 4,1942 na compra).
Na B3, em que os negócios com derivativos vão até as 18h15, o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,35%, a R$ 4,1725.
Analistas atribuíram parte da alta do dólar nesta sessão ao clima menos favorável a risco no exterior durante a tarde, depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, não oferecer novos detalhes sobre as negociações comerciais com a China.
Mas o motivo principal para o movimento do câmbio nesta terça foi o clima negativo para ativos da América Latina. A lista de maiores quedas globais ante o dólar nesta sessão era liderada por divisas da região, com o peso chileno batendo uma mínima recorde diante das incertezas sobre a situação política e econômica no país.
“Existe um ciclo vicioso na América Latina agora”, resumiu Italo Lombardi, estrategista para a região para o Crédit Agricole, em Nova York.
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Ele destacou que a indústria de fundos de pensão no Chile é grande e que esses agentes são os maiores detentores do iShares EWZ ETF, principal fundo de índice de ações do Brasil negociado em Nova York. “Isso é para dar um exemplo de que como o canal (de contágio) existe”, completou.
O Ibovespa cedia 1,5% nesta terça-feira, enquanto o iShares EWZ ETF caía 1,8%, nas mínimas desde meados de outubro.
Alguns no mercado, contudo, ainda veem o real se estabilizar em patamares mais fortes.
Pesquisa realizada neste mês e divulgada nesta terça-feira pelo Bank of America mostrou que 73% dos consultados veem o real entre 3,80 por dólar e 4,00 por dólar ao fim de 2019 (ante 50% no mês passado), mas nenhum dos entrevistados projeta o dólar abaixo de R$ 3,80 (contra 10% na pesquisa anterior).
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