O dólar fechou em ligeira alta frente ao real hoje (17), afastando-se das máximas do dia e se mantendo perto do menor nível de encerramento desde o começo de novembro, em sessão sem grandes novidades no noticiário.
De forma geral, a taxa de câmbio seguiu o movimento de outras divisas de risco, como rand sul-africano e dólar canadense.
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O dia foi carente de notícias sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, cujo acordo tarifário inicial ajudou a acalmar os ânimos e a melhorar o apetite por risco. Na véspera, o dólar fechou na mínima desde 5 de novembro ante o real, enquanto moedas emergentes alcançaram picos desde julho.
No mercado à vista, o dólar à vista fechou esta terça com variação positiva de 0,10%, a R$ 4,0653 na venda. A moeda ficou no meio do caminho entre a máxima do dia (R$ 4,0792) e a mínima (R$ 4,0516). Na B3, o contrato de dólar com maior liquidez rondava estabilidade, a R$ 4,0635.
A ata do Copom, considerada mais “hawkish” (que apoia juros mais altos), deu algum suporte ao câmbio, segundo analistas, uma vez que provocou no mercado correção em apostas de juros baixos por muito mais tempo. Juros mais baixos reduzem a atratividade da renda fixa brasileira aos olhos dos estrangeiros o que pode implicar menos fluxo cambial e, assim, menor oferta de dólares.
Apesar da alta desta sessão, o dólar ainda acumula baixa de 4,1% ante o real em dezembro, a caminho da maior queda percentual desde janeiro (-5,6%).
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Sinal da maior tranquilidade do mercado com relação à taxa de câmbio, a volatilidade implícita nas opções de dólar/real para três meses voltou a cair de forma expressiva, caindo abaixo de 10% e batendo 9,94% ao ano, menor patamar desde julho de 2014.
Ainda nesta terça, uma medida do risco-Brasil (o CDS de cinco anos) desceu a 97,04 pontos-base, mínima desde novembro de 2010.
O estrategista-chefe e fundador do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, trabalha com dólar pouco acima dos R$ 4 no curto prazo, diante de conjuntura macroeconômica que ele classifica como “positiva”, em meio a dados econômicos melhores.
“(Neste ano) não temos cenário para dólar abaixo dos R$ 4,00, mas temos cenário para abaixo de R$ 4,10”, disse.
Para 2020, pesquisa do Bank of America com 25 painelistas que gerem cerca de US$ 72 bilhões em ativos mostrou que a maior parte dos consultados (cerca de 35%) vê o dólar oscilando entre R$ 3,81 e R$ 4,00 ao fim do ano que vem.
Já para Lattus, há espaço para a divisa norte-americano estabilizar-se abaixo dos R$ 4,00 ainda no primeiro semestre de 2020.
“A gente pode ter um dólar abaixo dos R$ 4,00, mas não longe dos R$ 4,00, o que, ao meu ver, deverá ocorrer no primeiro semestre, porque a máquina começa a acelerar logo no início do ano, envolvendo safra, continuidade de exportação de carne para China”, ponderou.
Pela Focus, o mercado espera taxa de câmbio de R$ 4,10 ao fim de 2020.
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