O principal índice da B3 fechou hoje (28) no azul, apoiado nas ações de bancos, ainda assim com forte perda semanal, diante da forte aversão a risco que tomou conta dos mercados com a rápida propagação global do coronavírus.
O Ibovespa subiu 1,15%, a 104.171,57 pontos, após ter chegado a perder o patamar dos 100 mil pontos pela primeira vez desde outubro de 2019.
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O volume financeiro da sessão foi de R$ 40 bilhões.
Na semana mais curta em razão do Carnaval no Brasil, o Ibovespa caiu 8,36%. Em fevereiro, o declínio foi de 8,4%, resultando em perda de 9,9% em 2020.
Só na quarta-feira de Cinzas (26), quando a bolsa reabriu após fim de semana prolongado pelo Carnaval, o Ibovespa desabou 7%, sessão na qual as saídas de estrangeiros no mercado à vista superaram as entradas em mais de R$ 3 bilhões.
“O impacto econômico do surto de Covid-19 parece mais grave do que o inicialmente esperado”, disseram em relatório estrategistas do Goldman Sachs na Ásia.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o alerta de risco de disseminação e impacto global para “muito alto”, enquanto o estrago com o surto já alcançou US$ 6 trilhões. Nos últimos dias, multiplicaram-se as revisões em projeções econômicas e para resultados de empresas.
“É difícil vislumbrar o que poderia fornecer certeza suficiente para impedir o medo antes do fim de semana”, destacou Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group, chamando a atenção para dados de atividade de serviços e setor manufatureiro na China no sábado (29).
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À tarde, contudo, o chairman do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, trouxe algum alento ao afirmar que a autoridade monetária está monitorando de perto os avanços do surto e que “usaria suas ferramentas e atuaria conforme apropriado para apoiar a economia”.
Os principais índices de Wall Street reduziram perdas, com o Dow Jones fechando em baixa de 1,39%. O S&P 500 perdeu 0,82% e o Nasdaq fechou estável. No acumulado da semana a queda dos três foi maior que o do Ibovespa.
No Brasil, onde até o momento apenas um caso foi confirmado, economistas do Bradesco liderados por Fernando Honorato avaliam que os efeitos, por ora, devem ser pontuais e acontecer por causa da desaceleração do crescimento mundial, mas não descartam efeitos em estoques ou reflexos do aumento da aversão a risco.
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