O dólar teve forte alta hoje (23), indo acima de R$ 5,13 em mais um começo de semana pouco auspicioso para os mercados financeiros globais, com a dúvida sobre os efeitos da crise do coronavírus se sobrepondo a medidas de estímulos sem precedentes anunciadas pelos Estados Unidos e outros governos.
A interpretação de que o Copom se mostrou mais brando na sinalização de política monetária, com possibilidade de mais corte de juro, também influenciou negativamente o real.
“Para nós, a ata mostrou maior flexibilidade vis-à-vis o comunicado pós-decisão de política monetária, reforçando nosso call de que o Comitê vai cortar a Selic em 0,5% no próximo encontro devido à piora nos dados econômicos”, disse o Citi em nota.
A redução sucessiva da Selic a mínimas históricas tornou alguns rendimentos baseados na taxa de juros brasileira menos atraentes para o investidor estrangeiro, o que prejudica a expectativa para parte do fluxo cambial de portfólio. Com um enfraquecido cenário para entrada de dólar, a moeda norte-americana ganha força.
A Selic está atualmente em 3,75% ao ano, e a curva de DI projeta 60% de chance de novo corte de 0,25% em maio.
VEJA TAMBÉM: Dólar passa a subir acentuadamente ante real em sessão volátil
O dólar à vista subiu 2,21%, a R$ 5,1385 na venda, após duas quedas consecutivas. A alta ocorreu a despeito de o Banco Central anunciar três leilões de venda de dólar à vista, nos quais colocou um total de US$ 739 milhões. No ano, já são US$ 9,654 bilhões injetados no mercado por esse instrumento.
Na B3, o dólar futuro tinha alta de 1,18%, a R$ 5,1250, às 17h25. As operações com dólar futuro se encerram às 18h.
No ano, o dólar salta 25,28%, com o real em depreciação de 20,18%. O Goldman Sachs nota que a moeda doméstica é uma das de pior desempenho no período e que, por enquanto, a incerteza segue afetando a precificação dos ativos brasileiros como um todo.
“Para um investidor tático, notamos que o momento para o piso é não apenas extremamente difícil [de determinar] como os custos de se entrar ‘cedo demais’ podem ser muito dolorosos”, disseram analistas do banco em relatório.
No exterior, o dólar se mantinha impostado contra uma série de divisas emergentes, com destaque para a alta de quase 3% contra o peso mexicano, um dos principais “rivais” do real nos mercados globais de câmbio.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.