Se no século passado a mina de ouro estava em bancos e montadoras de automóveis, o século 21 veio para firmar a tecnologia entre os maiores negócios do planeta. Além de, geralmente, ficarem entre as mais influentes do mundo, não param de criar bilionários. Um grupo que recebeu um novo notável na lista deste ano: o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.
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Ninguém no planeta teve um ano melhor. A disparada do preço da ação do Facebook fez dele o maior ganhador do mundo, tendo acrescentado US$ 11,2 bilhões à sua fortuna em 12 meses. Seu montante acumulado é de US$ 44,6 bilhões.
Zuckerberg subiu dez posições em um ano. Era o 16º homem mais rico do mundo; na lista de 2016, figura como o sexto. Só Jeff Bezos, CEO da Amazon, subiu tantas posições entre os 20 primeiros do ranking — de 15º para quinto, mas ganhou um pouco menos: US$ 10,4 bilhões desde a lista de 2015.
Como comparação, o Twitter, rede social criada há dez anos e que competiu em popularidade com o Facebook no começo desta década, teve queda de 70% em suas ações desde a lista de 2015, suficiente para Evan Williams, cofundador da companhia, perder metade da fortuna que acumulava — hoje ele tem US$ 1,3 bilhão.
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Há 12 anos, Zuckerberg era apenas um garoto de Harvard, nos Estados Unidos, que hackeou as contas de e-mail de dois repórteres do Harvard Crimson, o centenário jornal da universidade. Em pouco tempo, aproximou-se dos criadores da rede social estudantil ConectU e, a partir dela, desenvolveu o Facebook com o brasileiro Eduardo Saverin — cuja fortuna avaliada por FORBES foi de US$ 6,2 bilhões em 2016.
Entre os que não completaram 40 anos, não há bilionário com mais dinheiro do que o norte-americano. Isso em um ano em que nunca houve tantos jovens que alcançaram uma fortuna de dez dígitos. São 66 bilionários, sendo que 36 deles construíram sua riqueza a partir de ideias próprias — o restante é de herdeiros. Mais de três quartos deles ficaram ricos no setor de tecnologia com companhias que nem mesmo existiam há dez anos, como Snapchat, Uber, Pinterest e Airbnb. O mais jovem deles, Evan Spiegel, 25 anos, do Snapchat, apareceu pela primeira vez no ranking em 2015, com patrimônio de US$ 1,5 bilhão. Neste ano, evoluiu para US$ 2,1 bilhões.
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Nenhum deles, no entanto, chega perto de Zuckerberg. Quando estreou na lista, em 2008, ele tinha uma fortuna semelhante à de Spiegel em 2015 (US$ 1,5 bilhão), mas era ainda mais jovem — tinha 23 anos. Aos 31 anos, tem 34,2 bilhões de dólares a mais do que o segundo mais rico entre os sub-40 — Lukas Walton, neto do fundador da rede de supermercados Walmart e herdeiro de uma fortuna de US$ 10,4 bilhões.
O gigante das redes sociais contou 1,6 bilhão de usuários ativos por mês no mesmo ano em que uma de suas aquisições, o Instagram (comprado em 2012 por US$ 1 milhão), superou o Twitter em popularidade. Há dois anos, Zuckerberg também havia anunciado a compra do WhatsApp por US$ 19 bilhões — a rede atingida pelo aplicativo já havia ultrapassado 1 bilhão de usuários no mundo em fevereiro.
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A última novidade do Facebook, as chamadas reações — cinco símbolos que substituíram o clássico “curtir” —, foi bem recebida pelos usuários. Um estudo conduzido pela empresa de pesquisas UserTesting, com cem participantes em computadores tradicionais ou em smartphones, mostrou que havia dificuldades de algumas pessoas em achar os botões, mas, uma vez encontrados, recebiam avaliações positivas. A classificação, limitada a até cinco estrelas, recebeu quatro. Nenhum participante disse que a mudança na rede social foi para pior.
A cartada principal, no entanto, foi a compra da empresa Oculus VR, líder em desenvolvimento de tecnologia de realidade virtual. O anúncio foi feito por meio do Facebook, em 2014, com o que os usuários brasileiros hoje apelidam de “textão”: “Estou feliz em anunciar a aquisição. Nossa missão é fazer o mundo mais aberto e conectado. Nos últimos anos, isso significou criar mais aplicativos para que você possa dividir informação com quem conheça. Ainda temos muito a fazer com celulares, mas o ponto é que também precisamos mirar para outras plataformas. E com os óculos de realidade virtual tornamos possível experimentar o impossível”.
No último Congresso Mundial de Celulares, realizado em fevereiro em Barcelona (Espanha), ele apareceu de surpresa em meio à apresentação da Samsung dos modelos Galaxy S7 e S7 Edge para demonstrar o uso de um dos protótipos de óculos virtual, o Gear VR. Segundo ele, o Facebook já tem tecnologia para codificar vídeos que possam vir a ser criados pelo novo recurso. O desenvolvimento é feito em conjunto pela rede social com a Samsung.
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O criador do Facebook contava seus bilhões quando foi pai pela primeira vez. Para comemorar, ele e a mulher, Priscilla, anunciaram planos de doar ainda em vida 99% de suas ações do Facebook — quase toda a sua fortuna — a causas filantrópicas. “Nós sabemos que essa é uma contribuição pequena comparada a todos os recursos e talentos daqueles que já trabalham nessas questões. Mas nós queremos fazer o que podemos, trabalhando lado a lado com muitos outros”, disse, na ocasião.
Zuckerberg também passou a postar fotos e vídeos de sua família na rede social global que criou, inclusive alguns que mostram a filha, Max, tomando vacina, vestida de Jedi, comemorando o primeiro Ano Novo Chinês e passeando com o cachorro, Beast.
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Para quem acha que o homem da mesma camisa cinza não para, desde 2014 ele descansa em uma propriedade de 3.035 m2 na ilha de Kauai, no Havaí. Pelo imóvel, superior em extensão ao Principado de Mônaco, ele pagou cerca de 100 milhões de dólares. Parece muito, mas representa menos de 0,25% da fortuna que o homem da maior rede social do mundo acumulou em pouco mais de uma década.