Christine Tsai, de 35 anos, cofundou 500 startups, um fundo de capital de risco de US$ 275 milhões e uma aceleradora. O fundo investiu em 40 empresas com valor superior a US$ 100 milhões. Ela dirige uma equipe de 150 pessoas que atuam em 20 países e 25 idiomas diferentes.
Entretanto, poucas pessoas, dentro e fora do Vale do Silício, sabem seu nome. O motivo? Seu porta-voz, Dave McClure, foi o rosto e a voz do fundo desde a sua criação, seis anos atrás. Mas essa é apenas uma das razões do desconhecimento em relação a empreendedora.
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A maior razão pela qual as pessoas não conhecem Tsai direito é porque ela é muito introvertida. E este é um dos motivos que a tornaram uma ótima líder.
Na palestra “Quiet: The Power of Introverts in a World that Can’t Stop Talking” (“Quietos: o poder dos introvertidos em um mundo que não para de falar”, em tradução livre), no famoso Ted Talk, a escritora norte-americana Susan Cain falou sobre o poder de ser introvertido. Ela afirmou: “quando se trata de criatividade e liderança, nós precisamos dessas pessoas para realizarem o que fazem de melhor”.
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A revista inglesa “The Economist” ressalta que “muitas companhias identificam inconscientemente habilidades de liderança dos introvertidos”. Por exemplo, muitos dos maiores e mais bem-sucedidos executivos e líderes de outras áreas de atuação possuem essa personalidade, incluindo Warren Buffett, Rosa Parks, Michael Jordan e Elon Musk. E enquanto 96% dos líderes e gerentes afirmam ser extrovertidos, pesquisas feitas por Adam Grant na Wharton School Of Business, de Philadelphia, Estados Unidos, descobriram que os introvertidos geralmente obtêm resultados melhores do que os extrovertidos.
No dia a dia, Tsai gerencia 500 startups de aceleração, distribuição, marketing e equipes de desenvolvimento, e faz tudo isso de modo muito introvertido. Um dos motivos pelos quais pessoas introvertidas são ótimos líderes, de acordo com a pesquisa de Grant, é que eles dão créditos aos outros no lugar de receberem os créditos eles mesmos. E Tsai concorda com isso: “você deve dar crédito e atenção às lideranças da sua equipe – mesmo que as suas próprias custas”, afirma. “É muito importante para sua equipe não se sentir apenas capacitada, mas realmente ser capacitada”.
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O estilo de liderança de Tsai é baseado na crença do processo e na estrutura. E ela torna isso um modelo de vida, diferente de muitos outros CEOs. A empresária afirma que seu cofundador McClure, por exemplo, tende a ser “alérgico” aos processos, ela brinca.
“Eu sou uma ISFJ [tipo de personalidade que abrange pessoas introvertidas, críticas e sentimentais] e eu acho que sou a única assim na equipe”, afirma. “A parte da criticidade colabora para fazer listas e planejamento. Algo que eu acredito fortemente [como líder] é o investimento em rituais e infraestrutura, e muitas startups ignoram isso. Eles pensam “nós somos só duas pessoas, porque precisamos de uma reunião ou metas trimestrais?”.
Para isso, ela acredita em check-ins regulares (para sua equipe isso é algo semanal). “Não precisa [sempre] ser de um em um, isso é apenas algo para você se manter em sincronia com a sua equipe e entender o que está acontecendo”.
Sua perspectiva é: se você investir o seu tempo com antecedência para criar uma estrutura e um processo ao redor da comunicação, planejamento e estipular metas, você pode prevenir erros antes deles ocorrerem. E isso é uma dica de liderança que fornece aos introvertidos algumas vantagens. “Pensar antes de criar é algo que pode auxiliar pessoas introvertidas”, afirma o jornal norte-americano “The Wall Street Journal” em um artigo chamado “Por que introvertidos fazem grandes empreendimentos”.
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Essas são ótimas estratégias que funcionam, e com elas é possível ser um bom líder sem precisar carregar um megafone para provar isso e ser ouvido.