O T.G.I. Fridays surgiu há mais de 50 anos – a primeira unidade foi aberta em Manhattan, Nova York, em 1965. Com presença mundial, a rede de casual dining passou pelo Brasil entre os anos de 1995 e 2009, quando chegou a ter seis estabelecimentos, mas optou deixar o país por questões de incompatibilidade administrativa entre a matriz e os franqueados locais. Agora, anunciou um retorno ao mercado brasileiro, sob novo comando.
O Fridays foi o primeiro "bar de solteiros" do mundo, em uma época em que as pessoas não tinham muitas opções de espaço físico para se conhecer, além dos ambientes familiares, de estudo ou trabalhoAs negociações começaram em 2014, quando o Grupo Bar – proprietário de casas como Sarau, Brexó, Grácia e Birinight, todas em São Paulo – decidiu propor o retorno aos donos originais, os fundos de investimento Sentinel Capital Partners e TriArtisan Capital Partners. “Nós estávamos estudando o setor de casual dining no país com o objetivo de investir. Vimos que a quantidade de restaurantes desse tipo não parava de crescer e que os consumidores brasileiros reagiam muito bem ao conceito”, conta Claudio Nunes, um dos sócios do grupo.
“Começamos a fazer pesquisas de marcas, e o nome do Fridays aparecia com frequência. Achamos curioso que a maior rede mundial do setor não estivese no Brasil. Quando soubemos que ela tinha ido embora por questões administrativas, começamos a negociar algumas premissas com os proprietários – como a compra de produtos de fornecedores brasileiros, para ganhar escala e dar corpo ao negócio”, explica o executivo.
Foram cerca de dois anos desenvolvendo fornecedores e procurando o ponto ideal para a primeira loja, aberta em janeiro deste ano na Avenida Cidade Jardim, em São Paulo. “Vamos começar a colocar em prática os planos de expansão daqui um tempo, mas o projeto é ter 50 estabelecimentos em dez anos. Começamos por São Paulo e a próxima meta é ampliar nossa presença na região Sudeste. Posteriormente, iremos para outras partes do Brasil. Por enquanto, queremos avaliar o mercado e não estamos em busca de investidores”, avisa Nunes.
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A marca tem sido reconhecida por manter, apesar das cinco décadas de existência, seu DNA. O Fridays foi o primeiro “bar de solteiros” do mundo, justamente em uma época em que as pessoas não tinham muitas opções de espaço físico para se conhecer, além dos ambientes familiares, de estudo ou trabalho. “A hélice, presente em todas as unidades do mundo, lembra que o bar é o nosso negócio. Foi assim que começamos. E o álcool é que traz a maior rentabilidade para a casa, pois os drinques são mais lucrativos”, revela.
O posicionamento da marca é global, o que traz uniformidade e garante identidade aos produtos e ao serviço. O processo de seleção dos garçons, por exemplo, leva em conta características como a simpatia e a personalidade do candidato. Atualmente, existe um movimento de funcionários em intercâmbio no país – vindos da América do Sul, Estados Unidos e Europa.
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Nessa altura, os consumidores brasileiros já conhecem o Fridays, principalmente por sua presença em destinos turísticos muito visitados, como Flórida e Nova York. “Até por ser a primeira loja do país, é preciso conhecer o consumidor atual e o que mais agrada. Temos conhecimento do que faz sucesso lá fora, mas não aqui. A margem de preços do cardápio foi também baseada nos nossos concorrentes (como o Outback) e no que eles estão fazendo. O ticket médio atual é de R$ 74 por pessoa”, explica Nunes.
Para o Grupo Bar, o Fridays representa um desafio, já que as outras casas do portfólio foram criação própria. Além de Claudio, que está à frente da parte operacional e das áreas comercial e de marketing, a sociedade inclui Raphael Limonta, responsável pela parte administrativa.