A recepção morna dos investidores ofuscava a festa de estreia do Carrefour Brasil nesta quinta-feira (20) na bolsa paulista, palco do maior IPO do país nos últimos quatro anos.
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Às 14h18, a ação da maior rede supermercadista do país em faturamento, caía 0,2%, cotada a R$ 14,97, após a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ter sido precificada na terça-feira (18) no piso da faixa indicativa, que ia de R$ 15 a R$ 19.
Executivos e acionistas da companhia procuraram mostrar otimismo na cerimônia de estreia das ações, em especial o empresário Abilio Diniz, membro do conselho de administração e terceiro maior acionista da holding francesa Carrefour.
“O IPO do Carrefour Brasil mostra que o país é forte e está superando suas dificuldades”, disse Diniz, outrora presidente e dono do maior rival do Carrefour Brasil, o GPA, criado por sua família e que ele mesmo levou à bolsa em 1995.
Derrotado em 2013 pelo francês Jean-Charles Naouri na briga pelo controle do GPA, Diniz afirmou nesta quinta-feira que está comprometido a ajudar a holding Carrefour a atingir um novo patamar global, especialmente após a mudança no comando do grupo, no mês passado. “O Carrefour passa por um momento de transformação”, disse. “Foram dias tensos, mas com um final feliz… É um momento muito importante para o grupo e para mim.”
Executivos do Carrefour Brasil, incluindo o presidente-executivo Charles Desmartis, evitaram fazer comentários a jornalistas citando o período de silêncio da oferta, que dura 30 dias após a estreia dos papéis no mercado.
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Analistas, no entanto, monitoram a companhia com cautela, considerando tanto o cenário de fraqueza econômica do país e de incerteza política, quanto a competição acirrada, em especial com o maior rival. “Enquanto não saírem os dados separados das operações no Brasil, os investidores ficarão arbitrando com GPA e outras varejistas”, disse o analista da corretora Lerosa Investimentos Vitor Suzaki.
Enquanto a ação do Carrefour Brasil oscilava em torno da estabilidade, a do GPA avançava 1,5%. O Ibovespa tinha declínio de 0,2%.
Segundo relatório do Société Générale, as ações do GPA estavam sendo negociadas com um desconto de 10% em relação ao IPO do Carrefour Brasil, o que abre espaço para uma mudança de patamar no preço do papel, apoiado também por potencial recuperação na lucratividade do grupo.