Se os investidores estavam preocupados com os escândalos de privacidade do Facebook, isso foi superado. As ações da empresa já subiram 23% desde 27 de março. O patrimônio líquido de Mark Zuckerberg, que possui cerca de 16% das ações da empresa, também cresceu. O CEO de 33 anos agora vale US$ 74,2 bilhões e é a quinta pessoa mais rica do mundo. Ele ganhou US$ 13 bilhões no período.
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A controvérsia envolvendo o Facebook surgiu em meados de março, quando reportagens do “The New York Times” e “The Guardian” revelaram que a Cambridge Analytica, uma empresa de dados afiliada ao presidente dos EUA, Donald Trump, acessou informações de dezenas de milhões de usuários da rede social indevidamente.
As ações do Facebook caíram quase 20% em duas semanas, o que gerou perda de mais de US$ 90 bilhões em valor de mercado. Zuckerberg viajou para Washington D.C. para para ser interrogado, onde pediu desculpas por não ter “uma visão ampla de responsabilidade” e por não fazer “o suficiente para impedir que a plataforma fosse usada para causar danos”. No dia 2 de maio, a Cambridge Analytica anunciou que iria à falência.
A repercussão do escândalo do Facebook provocou uma conversa mais ampla sobre privacidade de dados em empresas de tecnologia. Um componente-chave da estratégia de negócios do Facebook, e de muitos de seus concorrentes, é coletar dados do usuário para segmentar anúncios. Por muitos anos, os aplicativos de terceiros também puderam coletar informações dos usuários, incluindo de alguns que não haviam autorizado o acesso.
Após as revelações da violação pela Cambridge Analytica, o Facebook anunciou uma série de reformas. A rede não irá mais permitir publicidade com base em dados de terceiros e permitirá que os usuários limpem seus históricos na plataforma. Zuckerberg diz que a empresa está focada em restaurar a confiança e se esforça para construir uma rede online de “comunidades” engajadas.
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O recente fracasso veio em um ano já turbulento para o Facebook. A plataforma foi acusada de facilitar a desinformação na eleição presidencial dos EUA, em 2016, e em outras eleições no exterior, e de permitir a interferência política de atores estrangeiros.
Ainda assim, suas ações continuam a subir. Os investidores ficaram satisfeitos com as reformas prometidas pela empresa ou acham que o contragolpe terá pouco efeito no final das contas. De fato, o engajamento foi constante, mesmo durante o tumulto Cambridge Analytica e as petições do #DeleteFacebook, segundo disse Zuckerberg a repórteres, em abril. O Facebook movimentou US$ 12 bilhões no trimestre encerrado em 31 de março, um aumento de 49% em relação ao ano anterior.