O conselho de administração da Renault está se reunindo hoje (24) para indicar uma nova liderança depois que o presidente do colegiado e presidente-executivo Carlos Ghosn renunciou aos cargos na esteira de um escândalo financeiro que abalou a montadora francesa e sua aliança com a japonesa Nissan.
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O governo francês, maior acionista da Renault, confirmou que o conselho foi convocado para nomear o líder da Michelin, Jean-Dominique Senard, como presidente do colegiado, e o vice de Ghosn, Thierry Bollore, como presidente-executivo.
Senard e Bollore “serão apresentados nesta manhã ao conselho de diretores”, disse o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, antes do início da reunião.
As amplamente aguardadas nomeações podem começar a resolver uma crise na liderança da aliança Renault-Nissan desencadeada após a prisão de Ghosn em 19 de novembro no Japão e sua demissão como presidente do conselho da Nissan.
Elas também marcam um fim claro para uma das carreiras mais celebradas na indústria automotiva, duas décadas após Ghosn ter sido incumbido pelo ex-presidente-executivo da Renault, Louis Schweitzer, de resgatar a recém-adquirida Nissan de uma quase falência, um feito que ele concluiu em dois anos.
Após 14 anos como presidente-executivo da Renault e uma década como presidente do conselho de administração, Ghosn formalmente renunciou a ambos os cargos ontem (23), véspera da reunião do colegiado, disse o ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire.
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A prisão de Ghosn e o indiciamento por má conduta financeira estremeceram a relação Renault-Nissan, ameaçando o futuro da parceria industrial que ele transformou em uma gigante global ao longo de duas décadas.
Por dois meses, as tensões se agravaram, conforme o governo francês ficou do lado de Ghosn, apesar de revelações de que ele teria recebido dezenas de milhões de dólares em renda adicional sem o conhecimento dos acionistas.
Ghosn foi acusado de não declarar mais de US$ 80 milhões em compensação adicional entre 2010 e 2018, que ele concordou em receber mais tarde. O diretor da Nissan, Greg Kelly, e a companhia japonesa também foram indiciados.
Ambos negaram que o pagamento fosse ilegal ou precisasse ser declarado, sem contestar a existência dos acordos.