Resumo:
- A criptoeconomia tem um histórico de valorizações de suas moedas seguidas por altas maiores ainda;
- Mesmo com todos os lucros gerados pelas criptomoedas, países como a Índia ainda desconfiam da nova tecnologia;
- O mercado das criptomoedas continua apresentando altas repentinas e superando obstáculos governamentais.
Bitcoin, ethereum, XRP (da Ripple) e litecoin tiveram um alta repentina incrível nesse fim de semana, quando a maior criptomoeda do mercado por capitalização, o bitcoin, passou da marca de US$ 10 mil, chegando a US$ 11.200 em transações do Bitstamp, uma empresa especializada no câmbio da moeda com base em Luxemburgo.
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Ethereum, XRP e litecoin alcançaram valores de dois dígitos. Enquanto isso, a alta repentina fez com que muitos investidores se lembrassem do período de crescimento do fim de 2017, quando o bitcoin foi de US$ 10 mil a quase US$ 20 mil em menos de 20 dias.
Analistas de criptomoedas têm procurado a causa dessa alta repentina, que adicionou US$ 30 bilhões ao valor total desses ativos no mundo em apenas dois dias, ao focar em dois potenciais catalisadores do mercado: o lançamento, pelo Facebook, da libra, potencial rival do bitcoin, e o evento de “halvening” do bitcoin, quando a moeda terá distribuição menor na internet.
No entanto, a alta do preço do bitcoin foi liderada pela Índia, com cotações de até US$ 500 nos poucos locais de câmbio que restaram enquanto o governo reprime aplicativos de troca de mensagens como o Telegram e a rede social Reddit.
No começo do mês, um painel do governo indiano recomendou o banimento do bitcoin e a proibição total da compra, venda e emissão da criptomoeda no país, acusando-a de ser um “esquema Ponzi” – sistema de investimentos fraudulento.
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Tentativas de banir o bitcoin e as criptomoedas, além de serviços de internet descentralizados que são, naturalmente, resilientes à censura poderiam causar o chamado “efeito Streisand” – quando uma tentativa de censura leva à reprodução ainda maior da informação -, o que prova a necessidade da criptomoeda e torna as pessoas mais cientes de sua existência.
A demanda pelo bitcoin na Índia tem aumentado estavelmente este ano, de acordo com informações sobre o serviço de transações LocalBitcoins do “Coin Dance”, site de estatísticas do bitcoin.
Mesmo com o painel recomendando o banimento do bitcoin, alguns indianos estão céticos quanto à sua implementação, apontando para uma recomendação anterior que nunca aconteceu.
No entanto, a Índia, sob comando do primeiro ministro Narendra Modi, teve uma abordagem não convencional da política monetária, com o governo mergulhando o país no caos em 2016 ao banir, repentinamente, algumas notas de maior valor.
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Alguns também acreditam que a criptomoeda do Facebook legitima o bitcoin e outras criptomoedas descentralizadas, o que dificulta a justificativa do banimento na Índia.
“O relatório do painel tinha valor antes de o Facebook anunciar seus planos. O gigante da tecnologia lançando uma moeda parecida dá uma sensação de legitimidade”, disse Nischal Shetty, chefe executivo do WaxirX, câmbio de criptomoeda da Índia, para o “Quartz”, veículo de mídia focado em negócios. “Se o Facebook tomou a iniciativa, outras empresas de tecnologia podem acompanhá-lo. É difícil acreditar que o governo dirá que essas grandes companhias fazem parte de um esquema Ponzi.”
Enquanto isso, analistas e especialistas de câmbio acreditam que a libra, criptomoeda do Facebook, poderia causar uma alta ainda maior do bitcoin e potencialmente levá-lo de volta aos seus dias gloriosos do fim de 2017.
“Investidores otimistas acreditam que se a libra se tornar um mecanismo de pagamento confiável, é mais provável que as pessoas confiem mais no bitcoin”, diz Glen Goldman, autor do livro sobre o mercado do bitcoin e criptoeconomia “The Crypto Trader” (sem tradução para o português). “Muitos investidores vão tirar seus lucros do jogo, mas vale a pena lembrar que da última vez que o preço do bitcoin atingiu os US$ 10 mil, ele subiu para a sua maior alta de US$ 20 mil apenas 16 dias depois.”
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