Resumo:
- Cada vez mais empresas de grande porte vêm adotado o blockchain em suas estratégias de marketing;
- Desde 2017, o número de companhias especializadas foi de 22 para 290;
- Entenda como elas fizeram isso.
Para alguém que foi CMO (chief marketing officer) nos últimos cinco anos, é fácil lembrar de quando empresários moravam com brilho nos olhos para o blockchain. Alguns viam na tecnologia a oportunidade de faturar um bom dinheiro, outros tinham medo do que era chamado de “faroeste”, por conta da falta de regulamentação.
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Essa onda de popularidade passou. Sim, é esperado que o mercado do blockchain alcance os US$ 23,3 bilhões até 2023 (com a tecnologia do paywall), mas pode ser porque negócios mudaram seus focos: redefinição de anúncios, processos de marketing e comunicação com usuários. Em 2019, quase ninguém confunde blockchain com bitcoin, e essa é a primeira conquista do blockchain.
Em indústrias de serviço globais, o marketing se destaca: os gastos com anúncios digitais no mundo pode chegar a US$ 427,26 bilhões até 2022. Ainda assim, é uma área marcada por fraudes e falta de transparência. Desse ponto de vista, ainda é preciso ganhar eficiência.
Como as startups de blockchain no marketing mudaram com o tempo
Fraudes no mundo do marketing podem causar grandes impactos, tanto que alcançaram estimados US$ 6,5 bilhões em perdas há dois anos. Mas em 2017, os primeiros projetos de blockchain no marketing pareciam resolver essas questões.
Em 2018, empresas de grande potencial investiram mais e mais dinheiro em blockchain. Foi quando a Toyota aumentou o número de visitas ao seu site em 21% graças à uma empresa de análise que usava a tecnologia. A AB InBev também teve campanhas habilitadas pelo blockchain para diversas companhias de cerveja em 2018. Na mesma época, o Google Trends mostrou picos na busca por “blockchain advertising”.
O resultado desse crescimento foi que em 2019, uma pesquisa feita pela empresa Never Stop Marketing mostrou que o número de companhias de marketing e blockchain chegou a 290 -em 2017, eram 22. Esses projetos cobrem diversas áreas que podem inovar o marketing, incluindo redes sociais, dados, e-commerce e anúncios programados.
Grandes nomes como Unilever, Kellogg’s e Kimberly-Clark se juntaram a um consórcio de compra de soluções de marketing por blockchain, para eliminar intermediários. Além disso, a MetaX juntou a ads.txt (um registro de vendedores autorizados) à Ethereum, de criptomoedas, para fazer com que a compra por anúncios fosse o mais transparente possível. Recentemente, startups como a Lucidity criaram uma “cadeia de produção transparência de anúncios que reduz fraudes e minimiza discrepâncias de reconciliação.”
Como o blockchain pode reformatar o marketing
Quando a AdTech se voltou ao blockchain logo no começo, anúncios digitais eram baseados em um sistema aberto de conexões na internet. Essa abertura criou diversas oportunidades de negócios na mídia, mas também gerou falta de transparência. Esses desafios tornam todo o ecossistema vulnerável a fraudes. Sem uma fonte de informação consistente e um mercado centralizado, anúncios digitais não têm uma fonte comum que identifique e previna fraudes.
O blockchain cria um banco de dados distribuído que serve como uma única fonte de oferta e demanda. Todas as ações e informações são automaticamente registradas em um livro fiscal. Na rede, parceiros podem identificar atividades suspeitas e deletar o culpado. Esse é o nível de transparência procurado, e é isso que empresários e líderes de marketing deveriam usar para redefinir relacionamentos nos negócios.
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O que isso significa para CMO’s
Criando ferramentas que reforçam a confiança na cadeia, CMO’s trazem dinheiro de volta para a área da mídia. Adicionando o livro caixa do blockchain aos seus sistemas, eles podem garantir mais responsabilidade em seus processos internos. Por exemplo, seu time pode usar dados de transações criptográficas para verificar e criar uma nova camada de segurança na automação do processo de informações.
O blockchain também pode ajudar consumidores a entender como negócios lidam com seus dados e monitoram suas atividades. Assim, eles confiam na empresa, e o empresário têm transparência em suas práticas.
Superando desafios
Quando obstáculos associados a órgãos regulamentadores são deixados para trás, um novo desafio surge: aprender a combinar lucros e privacidade. Até agora, não tem sido fácil. Sites coletam dados dos usuários para vender a seus anunciantes, que os usam para a personalização de propagandas.
Empresários, startups, publicitários e anunciantes devem direcionar seus esforços à recompensa pela atenção dos usuários e pelo uso de seus dados.
Como todos os grandes feitos, isso não será fácil. Empresas de publicidade terão de redefinir suas abordagens, da contratação de novos funcionários ao dia a dia da empresa, incorporando o blockchain aos processos. Para isso, deverão atrair especialistas no mundo da publicidade e do blockchain para se juntarem e entenderem a significância da transparência para todos os envolvidos, incluindo os consumidores.
Será que isso aparecerá na nova onda de startups? As companhias já existentes farão reformas internas? De qualquer forma, não é uma questão de por que, mas de como essa mudança vai chegar, e só o futuro dirá como cada empresa entrará no mundo da publicidade digital.
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