O dólar voltou a fechar em queda hoje (30), retornando ao patamar abaixo de R$ 4 e no menor nível desde meados de agosto, seguindo o movimento da moeda no exterior após o banco central dos Estados Unidos confirmar expectativas de corte de juro.
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O Federal Reserve (banco central dos EUA) cortou o juro básico norte-americano em 0,25 ponto percentual, mas sinalizou a possibilidade de pausa no ciclo de baixa.
Antes da decisão do Fed, o dólar operava em alta, com analistas esperando que o BC dos EUA adotassem um tom mais cauteloso sobre novas reduções de juros. Essa expectativa foi confirmada, o que levou operadores a realizar lucros na moeda norte-americana, movimento que contribuiu para a perda de fôlego do dólar aqui e no exterior.
Na máxima do dia – durante discurso do chairman do Fed, Jerome Powell, por volta de 15h30 -, o dólar subiu a R$ 4,0329 na venda, alta de 0,74%.
Posteriormente, contudo, as vendas ganharam força, e a cotação acabou fechando em queda de 0,40% no mercado à vista, a R$ 3,9873 na venda. É o menor valor para um encerramento de sessão desde 13 de agosto (R$ 3,9669 na venda).
Na B3, onde as operações com derivativos cambiais vão até as 18h, o contrato de dólar mais negociado caía 0,31%, a R$ 3,9865, por volta de 17h37. No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de moedas cedia 0,21%.
O foco agora se volta para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro, com expectativa majoritária de corte de 0,50 ponto percentual da Selic, para uma nova mínima recorde de 5% ao ano.
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A baixa do juro doméstico a sucessivas mínimas históricas tem reduzido o retorno das aplicações em real, o que é citado por analistas como um fator a explicar a depreciação cambial nos últimos meses. O dólar ainda sobe cerca de 2,8% em 2019.
Analistas do UBS acreditam que os juros continuarão baixos por pelo menos 12 meses, o que deverá manter prejudicada a correlação entre a taxa de câmbio e o prêmio de risco-país.
Geralmente, a queda do prêmio de risco se traduz em valorização cambial, mas neste ano essa correlação não tem se provado verdadeira devido ao efeito do juro baixo sobre o câmbio.
“Portanto, mudamos nossa previsão para o dólar a R$ 4 até o fim de 2019 e para R$ 4,10 ao fim do terceiro trimestre de 2020”, disseram analistas do banco.
O Citi concorda que um BC ‘dovish’ (pró-queda de juros) é “claramente um obstáculo” à taxa de câmbio, mas chama atenção para outros fatores a favor da moeda brasileira.
Os profissionais não acreditam que investidores queiram ficar “comprados em dólar” (apostando na alta da moeda norte-americana) diante do cenário de provavelmente grandes fluxos relacionados a leilões do pré-sal marcados para o começo de novembro.
“Isso deve conter qualquer prejuízo ao real e continuamos comprados na divisa brasileira”, completaram.
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