Resumo:
- Antes de fundar a Amazon, Jeff e Mackenzie Bezos trabalhavam juntos em uma empresa de hedge fund;
- Formada em inglês, ela deixou o cargo que ocupava na gigante em 1997 para se concentrar em escrever livros de ficção;
- Discreta, Mackenzie não costuma dar entrevistas e uma aura de mistério ronda sua trajetória;
- A bilionária prometeu doar metade de sua fortuna para caridade.
MacKenzie Bezos não era espalhafatosa, o que era útil, já que não havia tempo para esse tipo de coisa no QG da Amazon no começo de 1996. Ela dividia o escritório, que também fazia as vezes de cozinha, com um funcionário júnior. Doze horas por dia, enquanto os colaboradores se apertavam para usar o micro-ondas, ela fazia a contabilidade da empresa. À noite, ia ao galpão e embalava encomendas.
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Ela “era uma colaboradora enorme”, diz Mike Hanlon, o funcionário número 7 da Amazon. “Talentosa de uma maneira que, eu acho, se perde quando você é esposa de bilionário.”
O mistério em torno de MacKenzie, 49 anos, parece cuidadosamente cultivado. Ela entrou em uma espécie de anonimato depois dos primeiros anos de Amazon e não dá entrevistas desde janeiro, quando a separação de Jeff Bezos veio a público. O casal finalizou o divórcio em julho, com MacKenzie ficando com 25% das ações da Amazon. A fatia atualmente vale US$ 36,1 bilhões, suficiente para colocá-la no 15º lugar da lista Forbes 400, dos mais ricos dos EUA, deste ano.
“Ela deveria ter ficado com metade da companhia”, afirma Nick Hanauer, um dos primeiros investidores da Amazon. “MacKenzie era uma parceira igualitária a Jeff no começo.”
MacKenzie não quis dar entrevistas para essa reportagem. Para saber sobre ela, passamos semanas contatando mais de cem amigos e ex-colegas de escola e de trabalho; e mesmo isso resultou em um esboço um pouco enevoado, de uma mulher intensamente privada e talentosa que, silenciosamente, foi bem-sucedida em todas as etapas de sua vida.
Ela cresceu em San Francisco, na Califórnia, filha do meio, com dois irmãos. Aos seis anos, escreveu um livro de 142 páginas chamado “The Book Worm” (algo como “A Traça de Livros”, em português). Seus pais, um construtor de casas e uma consultora financeira, mandaram-na para Hotchkiss, colégio interno em Connecticut, onde ela se formou com um ano de antecedência. Ela estudou em Cambridge e depois em Princeton, onde se diplomou em letras. A romancista ganhadora do Nobel Toni Morrison foi sua orientadora. “Ela tinha, normalmente, uma presença silenciosa, equilibrada e brilhante”, conta Jeff Nunokawa, um de seus professores.
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Depois de se graduar, ela iniciou um trabalho na D.E. Shaw, empresa de hedge fund. Foi lá que ela começou a namorar Jeff Bezos, que saiu da companhia para fundar a Amazon em 1994. MacKenzie sempre se envolveu com o projeto. “Ninguém tinha cargos reais, então, ela fazia basicamente tudo”, afirma Tod Nelson, outro funcionário das antigas.
MacKenzie saiu da Amazon na época que a empresa abriu seu capital, em 1997, para se focar em escrita de ficção. Ela se manteve discreta até 2005, quando a HarperCollins publicou seu primeiro romance “The Testing of Luther Albright” (ou “O Teste de Luther Albright”, em português). Morrison classificou o livro como “uma raridade”. Em 2013, MacKenzie publicou “Traps” (“Armadilhas”, em português).
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Os capítulos mais recentes de sua biografia são bastante desconhecidos. Em 2018, ela e Jeff se comprometeram a doar US$ 2 bilhões para ajudar sem-tetos e apoiar pré-escolas sem fins lucrativos. Em maio deste ano, quase no fim do processo de divórcio, ela assinou o compromisso filantrópico Giving Pledge, prometendo doar no mínimo metade de sua fortuna. Verdade seja dita, ela não falou uma palavra sobre para onde esses bilhões irão.
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