Resumo:
- Grandes nomes do setor debateram no evento sobre o crescimento e cenário de fintechs e qual o futuro do setor bancário nacional;
- Líderes do Centro de Inovação do Istituto Europeo di Design, Payly, C6 Bank, EBANX, Companhia Brasileira de Cerveja Artesanal e da Flex Interativa compareceram ao último dia do Palco FORBES Start;
- Realizado dentro da São Paulo Tech Week, o palco também mediou debates sobre agronegócio e educação no trabalho.
Hoje (27), o último dia da participação da FORBES na São Paulo Tech Week, recebeu líderes de instituições como Centro de Inovação do Istituto Europeo di Design, Payly, C6 Bank, EBANX, Companhia Brasileira de Cerveja Artesanal e Flex Interativa para debater o tema “Como vamos gastar: ideias sobre serviços financeiros”. Dentro do tema, os participantes falaram sobre inclusão financeira, equity crowdfunding e inteligências artificiais.
O terceiro dia encerrou a programação do palco FORBES Start no evento de inovação na capital paulista. Na segunda (25) e ontem (26), membros relevantes e influentes da indústria discutiram sobre agricultura e alimentação, soluções em inteligência artificial, ideias sobre educação e trabalho e também sobre o conceito de “gift work”, em debates com mediação da jornalista e colunista Angelica Mari.
Nesta manhã, quem abriu a discussão foi Fabiano Virginio, diretor do Centro de Inovação do Istituto Europeo di Design. “O acúmulo de dados é um problema nos quadros de gestão. Há muita informação de qualidade, mas isso não facilita a decisão”, disse sobre uma das dificuldades no setor de serviços.
Para o diretor, a barreira pode ser quebrada com não só a contratação de um profissional experiente na área, mas também a partir de testes e experiências, “alguém que conheça diversos setores, trabalhe com o incerto e esteja disposto a correr riscos”, explicou.
Na sequência, Fernanda Doria, customer solutions manager no Google, trouxe um panorama do cenário de fintechs e bancos médios em transformação digital para a discussão. “O mercado financeiro está em disrupção. Causa disso é a característica reguladora do ambiente, modelos de negócios difíceis para o consumidor entender e falhas na experiência do cliente”, explicou Fernanda. Ela apresentou também alguns dados da pesquisa realizada pela empresa.
Com o novo cenário, baseado no interesse dos novos consumidores em serviços bancários surge uma oportunidade. “As pessoas buscam mais [no Google] as fintechs do que os bancos tradicionais. Há mais opções para os clientes, que vão escolher quem tem mais clareza em explicar os serviços”, contextualizou Fernanda.
Juliano Prado, fundador e CEO da Payly, foi o primeiro player do setor financeiro na conversa, abordando a digitalização do dinheiro. “Grande parte da população brasileira (80%) é bancarizada por programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. O processo é muito distante por causa de custos elevados, distâncias de agências físicas e por isso grande parte da população brasileira fica fora desse ecossistema”, contextualizou.
Prado disse que, dentro desse desafio social, a ideia é levar o poder aquisitivo dessas pessoas para o ambiente virtual, possibilitando o pagamento em restaurantes, postos de gasolinas e outros comércios. “Para que tudo dê certo é preciso pensar em acessibilidade”, finalizou.
Falando sobre o futuro das fintechs, Ariel Patschiki, sócio e diretor de produto do unicórnio brasileiro EBANX, enfatizou que o mercado financeiro está em disrupção. “Ao redor do spread bancário, o monte de serviços financeiros que os bancos oferecem o pagamento é o primeiro a ser quebrado, é onde vemos a inovação”, destacou.
Disse ainda que, no mundo, se vê menos bancos grandes e o surgimento de diversas empresas menores e que se vendem como mais transparentes para o público. “Geralmente, elas tentam pegar um problema específico e resolver de maneira muito clara”. Assim, trazem muito valor para a sociedade e a cadeia de consumo. Depois, expandem para serviços financeiros adjacentes”, explicou Patschiki.
Gustavo Torres, chief innovation officer no C6 Bank, encerrou a conversa falando sobre a evolução dos serviços financeiros como experiência. “O banco nasceu com a ideia de digitalizar o dinheiro, oferecendo mais segurança de levar ele do ponto A ao ponto B”, abriu.
Ele falou sobre os serviços de voz de Amazon, Apple e Google para pedir pizza, agendar reuniões e pagar contas para contextualizar o universo da forma de relacionamento entre as pessoas e o consumo. “Conversar com o cliente (por um chatbot) ajuda a entender o cliente melhor do que enviar um formulário para ele preencher. No futuro em que todos os dispositivos estarão conectados, o bancos não podem ficar de fora dessa conversa entre as pessoas e os aparelhos”, ressaltou Torres.
Disse ainda, mas sem se aprofundar no tema, que outro grande avanço necessário para o setor bancário são os pagamentos instantâneos e de payback para atrair mais o público que desconhece ou tem medo dos serviços das novas fintechs.
Start Expo
“Muito além de capital: criando comunidades, atraindo recursos” foi o tema de discussão de Gustavo Barreira, CEO da Companhia Brasileira de Cerveja Artesanal. O profissional contou sobre sua a trajetória de sua empresa, resultado da fusão da Leuven e da Schornstein, dentro do modelo de negócios.
Para Barreira, “quando se lida com 600 investidores, é preciso pensar neles como pessoas, não como dinheiro. Encontrar formas de fazer eles se sentirem parte do negócio”. Relembrou também um caso da CBCA. “Temos uma placa de agradecimento para todos que participaram da primeira rodada de investimento. Até hoje, eles nos visitam. Trazem as famílias para tirar foto ao lado do nome. Vira praticamente uma festa”, contou.
Falou também sobre a importância regional. “Com a sede em Piracicaba, demos prioridade para contratar os moradores da região. Isso gera uma confiança e orgulho deles em fazer parte da empresa. Depois escala para o estado, que vê com olhos melhores, depois a região e sabe lá onde vai parar.
A evolução da assistência
Fernando Godoy, fundador e diretor comercial da Flex Interativa, especializada em soluções de realidade aumentada, fechou o debate, falando sobre as possibilidade de uso da inteligência artificial (IA) combinada a realidade aumentada (RA).
Citando o caso das cervejas da Leuven, cujos os rótulos podem ser lidos pelo celular e exibem animações, disse que “a área de varejo usa mais a tecnologia por conta de sua proximidade com o marketing. Mas a de serviço pode se beneficiar também”. Godoy afirmou também que combinar a IA com a RA são formas lúdicas de humanizar e dar voz ao atendimento aos clientes, possibilitando mais interação e fidelização do cliente.
Veja, abaixo, tudo que foi conversados pelos profissionais durante o palco FORBES Start.
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