O CEO da Amazon e proprietário do “Washington Post”, Jeff Bezos, teria sido hackeado pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman em 2018, informou o jornal “The Guardian” ontem (21), ao levantar questões sobre quem os sauditas estavam monitorando em contato com o colunista assassinado Jamal Khashoggi, e como o “National Enquirer” obteve mensagens particulares de Bezos que expuseram um caso extraconjugal no ano passado.
Citando fontes familiarizadas com o assunto, o “Guardian” informou que um arquivo de vídeo malicioso enviado de Mohammed bin Salman para Bezos no WhatsApp foi responsável pelo hack.
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Grandes quantidades de dados foram coletadas do telefone de Bezos poucas horas após o envio do arquivo infectado.
Os dois homens estavam mantendo uma conversa aparentemente amigável antes disso, informou o “Guardian”, embora não seja clara o assunto tratado ou por que eles estavam em contato.
Também não está claro para onde foram as informações retiradas do telefone de Bezos ou como foram usadas. O fato, porém, prejudica as alegações anteriores feitas pelos sauditas de que eles não estavam vigiando Bezos e outras pessoas ligadas a Khashoggi, que foi morto dentro de uma embaixada saudita em Istambul, Turquia no ano passado, aparentemente porque ele escreveu colunas críticas ao governo saudita. A CIA concluiu que bin Salman ordenou pessoalmente o assassinato de Khashoggi, o que ele negou.
A reportagem do “Guardian” também fá suporte às alegações feitas pelo chefe de segurança de Bezos, Gavin de Becker, em março de 2019 no “Daily Beast”, de que os sauditas tinham acesso aos dados privados de Bezos, e deram a dica inicial sobre o caso do executivo ao “National Enquirer”, que publicou as mensagens e fotos íntimas do CEO da Amazon.
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A assessoria de Bezos não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Forbes.
Ponto crítico: A Embaixada da Arábia Saudita em Washington DC negou as informações publicadas pelo “Guardian”. “Relatos recentes da mídia que sugerem que a realeza está por trás de uma invasão do telefone de Jeff Bezos são absurdos. Pedimos uma investigação sobre essas alegações para que possamos esclarecer todos os fatos”, tuitou a embaixada.
Principais antecedentes: A Forbes e pesquisadores independentes descobriram que a Arábia Saudita usou uma ferramenta de hackers criada pela empresa israelense NSO Group para espionar profissionais de direitos humanos, jornalistas e ativistas. Não está claro se bin Salman usou essa tecnologia com Bezos, embora a empresa israelense tenha sido processada pelo Facebook em outubro por explorar uma vulnerabilidade do WhatsApp para injetar código malicioso nos telefones-alvos.
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