O Airbnb registrou uma perda líquida de US$ 322 milhões nos primeiros nove meses de 2019, informou o “Wall Street Journal”, uma queda dramática em relação a um lucro de US$ 200 milhões no ano anterior, o que pode ser um sinal preocupante para a startup de compartilhamento de casas que tem pela frente um IPO altamente esperado.
Citando pessoas próximas à empresa, o “WSJ” informou que os custos crescentes foram responsáveis pela perda líquida.
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A empresa está gastando mais de US$ 100 milhões por ano para atualizar seus custos de tecnologia e administrativos, como recursos jurídicos, contábeis e humanos, de acordo com o “WSJ”.
O “The Information” também informou no ano passado que o Airbnb aumentou os gastos com marketing durante o primeiro trimestre de 2019, mais do que dobrando sua perda operacional para US$ 306 milhões.
A perda do Airbnb está levantando preocupações dentro da empresa, enquanto se prepara para um IPO de grande sucesso este ano; o conselho de administração da empresa questionou executivos nas últimas semanas sobre o aumento de custos, informou o “WSJ”. Mas o Airbnb não está em apuros; a empresa registrou faturamento de US$ 3 bilhões.
O Airbnb é uma das startups mais valiosas dos EUA. Sua última rodada de financiamento, em setembro de 2017, arrecadou US$ 1 bilhão, de acordo com o Pitchbook, avaliando a empresa em US$ 31 bilhões.
Um porta-voz da companhia não quis se pronunciar a respeito.
O IPO do Airbnb, programado para este ano, é um dos mais aguardados de 2020. Embora não tenha divulgado demonstrações financeiras detalhadas, a empresa privada afirmou que era rentável com base no Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de 2017 e 2018. O resultado coloca o Airbnb (esperam os investidores) em uma posição melhor do que outras startups, como Uber, Lyft e Casper, que ainda não são rentáveis em Ebitda.
O Airbnb esteve sob escrutínio popular recentemente por questões de segurança, principalmente depois que um tiroteio em uma casa na Califórnia listada no site deixou cinco pessoas mortas. A empresa prometeu investir US$ 150 milhões, de acordo com o “WSJ”, para revisar suas medidas de segurança e verificar todas as sete milhões de listagens na plataforma, o que provavelmente aumentará ainda mais os custos. Os legisladores também questionaram o Airbnb sobre propriedades que violam as leis locais de zoneamento.
Os três cofundadores do Airbnb, incluindo o CEO, Brian Chesky, são bilionários, segundo estimativas da Forbes. Chesky, Joe Gebbia e Nathan Blecharczyk valem US$ 4,2 bilhões.