A Marcy Venture Partners de Jay-Z levantou um fundo de US$ 85 milhões para investir em startups focadas no consumidor, de acordo com um comunicado divulgado recentemente pela SEC.
A papelada confirma que a empresa de Jay-Z, criada em 2018, está sediada em San Francisco e inclui três parceiros gerais: Jay-Z, seu colega de longa data Jay Brown e Larry Marcus, veterano de capital de risco. Além do tamanho do fundo, a única informação nova é a contagem robusta de investidores (54), indicando amplo apoio à visão do bilionário. A plataforma de informações Crunchbase lista os fornecedores de bicicletas elétricas Wheels, o serviço de chef Hungry e a linha de lingerie Savage X Fenty da Rihanna entre os investimentos da Marcy. Nenhum representante do bilionário respondeu a um pedido de comentário.
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A notícia ressalta a seriedade de Jay-Z em relação ao capital de risco, seguindo os passos de Ashton Kutcher, o conhecido artista-investidor. O ator apareceu na capa da Forbes em 2016, depois de valorizar um fundo de US$ 30 milhões para US$ 250 milhões em apenas seis anos, graças a investimentos em startups como Uber, Airbnb e Spotify. Depois disso, Kutcher e seu parceiro de negócios Guy Oseary, que gerencia a banda U2 e Madonna, conseguiram US$ 100 milhões da Liberty Media para lançar outro fundo e, mais recentemente, arrecadaram US$ 150 milhões de outros investidores para mais um.
Enquanto Jay-Z e seus colegas buscam chegar ao nível de Kutcher, o bilionário garantiu seu status entre os outros atletas e artistas de elite que têm cada vez mais evitado patrocínios tradicionais em favor de acordos de ações, grupo que inclui nomes como Kevin Durant, Serena Williams e Justin Bieber.
“Nem sempre é [apenas] o dinheiro que você traz para a mesa”, disse Nas, estrela do hip-hop e o cofundador do Queensbridge Venture Partners em entrevista para meu livro “A-List Angels: How a Band of Artists, Actors and Athletes Hacked Silicon Valley” (“A-List Angels: Como uma banda de artistas, atores e atletas invadiu o Vale do Silício”, em tradução livre), salientando que as estrelas geralmente fornecem conexões e exposições valiosas para empresas novatas.
Nas, outrora um grande rival de Jay-Z na batalha pela supremacia do hip-hop de Nova York, agora luta por oportunidades de negócios, ao invés dos direitos de se gabar nas letras, com seu antigo inimigo. De fato, o hip-hop gerou alguns dos investidores mais prolíficos nos assuntos entretenimento e capital de risco. Além de Nas e Jay-Z, outros nomes de iniciantes incluem Diddy, 50 Cent, Snoop Dogg e até Chamillionaire.
A tendência impulsionou os magnatas individuais, mas também serve de inspiração para uma seção da sociedade que historicamente não tem acesso a oportunidades de propriedade. É difícil ignorar o simbolismo de Jay-Z e Nas, que nomearam seus empreendimentos em homenagem aos projetos habitacionais em que cresceram, tornando-se capitalistas de risco de respeito.
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“É maior que o hip-hop”, explicou o superprodutor Swizz Beatz no ano passado, quando a Forbes declarou Jay-Z pela primeira vez como bilionário. “É o modelo para a nossa cultura. Um cara que se parece conosco, fala como nós, nos ama, chegou a algo que sempre sentimos que estava acima de nós.”
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