O CEO e bilionário da L Brands, Leslie Wexner, encerrou sua carreira de 57 anos hoje (20) com a notícia veiculada pelo “Wall Street Journal”, de que a Victoria’s Secret se tornará uma empresa privada em meio à queda dos preços das ações e ao escrutínio contínuo dos laços anteriores de Wexner com o ex-financista Jeffrey Epstein, morto no ano passado.
A Sycamore Partners comprou de Wexner uma participação de 55% na Victoria’s Secret por US$ 525 milhões e vai fazer da companhia uma empresa privada. A L Brands manterá 45% da empresa e continuará operando apenas uma marca: a Bath & Body Works, que permanecerá pública.
Espera-se que Wexner renuncie a seus cargos de CEO e presidente e fique com um assento no conselho de ambas as empresas, mantendo sua participação de 17% na L Brands.
Em 29 de janeiro, foi noticiado que a L Brands estava explorando uma venda e Wexner desistiu, o que elevou os preços das ações; hoje, os papéis caíam 12% nas negociações de pré-mercado.
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Também contribuíram para os problemas da L Brands os laços anteriores de Wexner com Jeffrey Epstein, um relacionamento que Wexner disse que lamentava. Após o fechamento do negócio, Andrew Meslow, COO da Bath & Body Works, se tornará o novo executivo-chefe da L Brands.
“Acreditamos que a separação da [Victoria’s Secret] como empresa privada fornece o melhor caminho para restaurar os negócios a seus níveis históricos de lucratividade e crescimento”, disse Wexner em comunicado à imprensa da L Brands.
O preço das ações da L Brands caiu 27% no ano passado, apesar da recuperação geral do mercado, de acordo com o “WSJ”. As vendas comparadas na Victoria’s Secret caíram 10% no quarto trimestre, enquanto as da Bath & Body aumentaram 10% no mesmo período.
Wexner, 82 anos, adquiriu a Victoria’s Secret em 1982. A L Brands já teve a The Limited e a Abercrombie & Fitch entre suas participações, e no seu auge foi avaliada em US$ 29 bilhões. Ele tem a distinção de ser o CEO mais antigo de uma empresa S&P 500. A Victoria’s Secret era conhecida por seu marketing provocativo e seus desfiles de moda. No ano passado, o evento foi cancelado, com a L Brands lutando com as mudanças nos gostos dos consumidores e as consequências constantes de Epstein. Em 10 de agosto –três dias antes da morte de Epstein por suicídio em uma prisão de Manhattan, enquanto aguardava julgamento por acusações federais de tráfico sexual–, Wexner disse que o financista “empregou indevidamente grandes quantias de dinheiro” dele e de sua família. Antes disso, a L Brands contratou uma empresa externa em julho de 2019 para investigar o papel de Epstein na empresa, e os resultados ainda não foram divulgados.
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