Não são apenas os principais atletas de kitesurfe do mundo que tiram proveito da posição geográfica do litoral do Ceará. Outro público, bem distinto dos kitesurfistas, está de olho (e investindo pesado) na localização privilegiada de Fortaleza – a capital cearense virou um polo de concentração de cabos submarinos. Não só. Empresas de serviços digitais colocam a cidade na rota de data centers internacionais.
Por trás do aquecimento desse setor está a Angola Cables, empresa de telecomunicação global fundada em Luanda, em 2009, especializada em operar cabos submarinos de fibra óptica para transmissão de dados e voz na velocidade da luz. Além dos cabos ancorados na cidade, desde abril funciona o AngoNap Fortaleza, um data center que ocupa uma área de 3 mil metros quadrados na Praia do Futuro – em uma área total de 9 mil metros quadrados disponível para mais quatro fases de expansão. O investimento no projeto, que inclui os cabos SACS e Monet, além do data center, chega a US$ 300 milhões.
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“Baseados na visão de nossos acionistas e na estratégia do governo angolano, temos como principal objetivo, transformar Angola no principal hub de telecomunicação na África. Já estamos trabalhando e fazendo investimentos em grande escala para colocar o país em uma posição de destaque no que diz respeito à conectividade internacional”, diz António Nunes, CEO global da Angola Cables.
O SACS (South Atlantic Cable System) é o mais inovador dos projetos já em operação, o primeiro cabo submarino instalado no Atlântico Sul. Conecta Luanda e Fortaleza por um cabo de fibra óptica de 6 mil quilômetros. As informações percorrem essa distância em cerca de 63 milissegundos – mais rápido que um piscar de olhos (a transmissão via satélite leva 360 milissegundos). Já o cabo Monet interliga as cidades de Santos, Fortaleza e Miami. O SACS é 100% Angola Cables; o Monet reúne a empresa angolana com o Google, a Antel (Uruguai) e a Algar Telecom (Brasil).
Reportagem publicada na edição 73, lançada em dezembro de 2019
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