Mesmo estando tão perto de um dos epicentros da doença na Ásia, Singapura está conseguindo manter seu número de casos Covid-19 bem baixo. Uma das principais ferramentas do governo para alcançar esse feito é o TraceTogether, um aplicativo que monitora as ações da população.
O download do aplicativo não é obrigatório, mas de acordo com um post oficial da ministra de relações exteriores de Singapura, Vivian Balakrishnan, mais de 620 mil pessoas já baixaram o TraceTogether –Singapura tem cerca de 5,8 milhões de habitantes. O número pode não parecer muito significativo de primeira, mas enquanto Singapura tem menos de 600 casos registrados, países vizinhos apresentam índices bem maiores. A Malásia, por exemplo, tem mais de 1.300 pessoas infectadas.
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O aplicativo funciona da seguinte forma: o usuário permite o uso constante do bluetooth e de sua localização, que vão para a rede central de dados do TraceTogether. Assim, a ferramenta sabe com quem essa pessoa interagiu, por quanto tempo e até mesmo a qual distância elas estavam. Quando alguém é diagnosticado com o vírus, médicos podem olhar o histórico de interações da vítima e notificar todas as pessoas que podem ter sido expostas à doença. Do mesmo jeito, é possível ter uma ideia de quem passou o vírus para essa pessoa.
O aplicativo pode ser um grande fator no baixo número de casos da ilha, mas vem causando controvérsia por sua falta de normas de privacidade com seus usuários. Isso porque a prática de monitoria do Estado pode ser invasiva, e o governo se torna capaz de identificar qualquer indivíduo por meio do app.
Alguns países, no entanto, estão encontrando maneiras menos diretas mas tão invasivas quanto para tentar mapear o vírus. A Coreia do Sul, por exemplo, recorre a dados de GPS de celulares e até mesmo transações de cartão de crédito para tentar identificar o caminho da contaminação do coronavírus.
A secretaria de governo digital de Singapura disse em entrevista à CNBC publicada hoje (25) que outros países se interessaram pela iniciativa e o conceito do TraceTogether, e, embora o porta-voz da secretaria não tenha declarado quais são essas nações, SIngapura está agora desenvolvendo um programa base para que outros governos possam criar sua própria versão do aplicativo.
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