A XP Investimentos começou a oferecer crédito para capital de giro a empresas pequenas e médias, enquanto busca diversificar a base de clientes e otimizar sua estrutura de distribuição.
Empréstimo será um dos produtos ofertados pela unidade, a XP Empresas, criada em outubro passado com foco no atendimento a companhias com faturamento anual entre R$ 50 milhões e R$ 1 bilhão por ano. A prateleira incluiu recentemente derivativos de balcão e passará a ter soluções de câmbio nos próximos meses.
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Por enquanto, as operações de crédito são feitas por um único fundo de investimentos, formado por um mix de recursos proprietários e de um grupo seleto de investidores. Embora não revele o tamanho do fundo, nem o volume já concedido, a XP afirma que a meta é crescer o volume desembolsado até 10 vezes em 2020.
A iniciativa, deflagrada após a XP ter obtido em outubro as licenças finais para poder atuar como banco múltiplo, reforça as avaliações de que o grupo gradualmente se move para enfrentar os grandes bancos do país em mais áreas do que no seu negócio original de plataforma de investimentos para pessoas físicas.
Mas para o chefe da XP Empresas, Rodrigo Moreira, em que pesem as pretensões do grupo de abrir uma frente no mercado para tentar reduzir a concentração excessiva do crédito para empresas médias no setor bancário, este não é o objetivo principal. “A gente não vai centralizar nossa oferta em crédito, mas em investimentos e em mercado de capitais”, disse ele à Reuters.
Segundo ele, em vez de repetir a rotina dos bancos de usar os empréstimos como carro-chefe para aprofundar a relação com as empresas, a XP vai entender melhor as necessidades individuais das companhias e acompanhá-las em seus planos de crescimento.
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Como parte da estratégia, a XP criou uma área em seu website específica para empresas, incluindo conteúdo educacional para ensinar sobre temas como a diferença entre gestão de caixas operacional e de reserva.
Um dos objetivos da XP com esse movimento é usar sua força para começar mais adiante a distribuir a investidores papéis de empresas médias, mercado hoje praticamente inexistente no país. “O nosso alvo principal é de empresas com governança em evolução e estamos num momento muito oportuno para mercado de capitais, tanto para dívida quanto para equity”, disse Moreira.
Ao mesmo tempo, a XP, que estreou na Nasdaq em dezembro se apresentando como maior plataforma independente de gestão de recursos, quer equilibrar a base de clientes entre pessoas física e jurídica. Pelas contas da XP, cerca de 60% dos recursos sob gestão no Brasil são de varejo, enquanto o restante é de empresas.
“No nosso caso, a gente quer dobrar a participação de pessoas jurídica nos próximos 18 meses”, disse Moreira.
O movimento da XP acontece no momento em que um número crescente de plataformas tecnológicas de serviços financeiros se movimenta para buscar clientes entre pequenas e médias empresas, após intensa disputa para ampliar a base de varejo.
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Ontem (3), a Reuters publicou que o Banco Original está abrindo uma plataforma para empresas pequenas e médias, as chamadas limitadas (Ltda). Desde o ano passado, o Nubank e o Mercado Pago, do Mercado Livre, entre outros, também passaram a oferecer mais serviços para pequenos negócios, principalmente crédito.
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