O PicPay atingiu 20 milhões de contas no começo de maio, uma vez que as medidas de isolamento social para conter a pandemia do coronavírus aceleraram a busca por serviços financeiros digitais e anteciparam a meta da empresa de meios de pagamento inicialmente prevista para dezembro.
Maior carteira digital de pagamentos do país, o PicPay vinha abrindo cerca de 500 mil contas mensalmente. No fim de 2019 eram 13,4 milhões. A partir da segunda metade de março, o fechamento de milhares de estabelecimentos pelo país fez esse ritmo subir seis vezes, disse o presidente do PicPay, Gueitiro Genso.
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“O isolamento social acelerou tendência de digitalização”, disse o executivo, explicando que pequenos negócios como bares e restaurantes, um dos segmentos mais diretamente atingidos pela política de distanciamento social, passaram a recorrer mais a pagamentos digitais.
Além disso, explicou, governos regionais e comunidades também passaram a usar o aplicativo para fazer o pagamento de benefícios sociais, ao mesmo tempo em que marcas de serviços digitais que ganharam força com o distanciamento social, como o Netflix, de streaming de vídeo, e o iFood, de entrega de comida, também passaram a aceitar o PicPay como forma de pagamento.
Os comentários ilustram como mudanças derivadas da Covid-19 atingiram de maneira distinta os diversos participantes do efervescente mercado de pagamentos eletrônicos no país.
Na semana passada, o Mercado Livre, que tem seu braço de pagamentos Mercado Pago, reafirmou plano de investir R$ 4 bilhões no país em 2020, mesmo com a esperada recessão provocada pela crise, uma vez que a maior demanda por entregas de produtos cobra uma aceleração na estrutura logística.
Por outro lado, a empresa de máquinas de pagamentos Stone&Co anunciou hoje (12) um corte de 20% da força de trabalho, na esteira do efeito da crise sobre pequenos e médios negócios, no qual é especializada. A empresa afirmou também que vai acelerar investimento em serviços financeiros e ferramentas de venda online para “ir além da maquininha”.
E, assim como o Mercado Livre, o PicPay também está acelerando contratações. Atualmente, são 1.400 empregados, ante 1.200 no fim de 2019.
“A previsão é chegarmos a 2.000 colaboradores até o final do ano”, disse Genso.
Criado em Vitória (ES) há sete anos como carteira digital, o PicPay foi comprado pelo Banco Original, da J&F, também dona da JBS, em 2015. Com a chegada de Genso, um veterano da indústria financeira, há quase um ano, o negócio vem se transformando num marketplace financeiro, incluindo investimentos, crédito, seguros e assessoria financeira.
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Para o executivo, o atual cenário pode antecipar uma consolidação no setor de pagamentos, uma vez que o poder de investimento, o tamanho da base de clientes e a capacidade de operar financeiramente no azul, que ele diz ser o caso do PicPay, mostram-se decisivos para conseguir se manter no mercado.
“Vão ficar uns cinco ou seis players que conseguirem oferecer valor para os clientes”, disse Genso. Mesmo com a crise, ele reafirmou a meta de que o PicPay atingirá um volume de transações processadas superior a R$ 31 bilhões em 2020, montante cerca de seis vezes superior ao do ano passado. (Com Reuters)
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