
Hoje, a Liv Up tem 550 funcionários, 51% dos quais são mulheres –além do número de 50% em posições de liderança
Quando Cleide Oliveira, atual diretora de RH da foodtech brasileira Liv Up, ingressou na empresa, em 2019, foi informada de uma de suas principais missões no novo cargo: montar um plano de equidade de gênero que atingisse 50% de mulheres em posições de liderança até outubro de 2020. Três meses antes do previsto, Cleide pôde falar com exclusividade com a Forbes Brasil sobre a conquista alcançada em julho.
Hoje, a Liv Up tem 550 funcionários, 51% dos quais são mulheres –além do número de 50% em posições de liderança. Para a diretora de RH, o segredo dessa conquista, além do plano de ação, é o sólido pensamento de diversidade dos fundadores desde o início da empresa. “É um movimento que antecede minha chegada. Um desejo genuíno de gerar igualdade.”
Esse foco, segundo Cleide, é marcado pelo pensamento de que diversidade gera inovação. Um ambiente de trabalho em que pessoas diferentes convivem e colaboram é muito mais suscetível a novas ideias e importantes opiniões. “O movimento é de um time como um todo. Jogamos assim e queremos valorizar as pessoas”, diz. Para ela, isso cria uma base sólida capaz de “dar exemplo dentro de casa e conseguir sustentar a evolução e o crescimento da empresa”.
Porém, só é possível conquistar esse avanço com funcionários capazes e dispostos e, por isso, Cleide ressalta a importância da atenção no processo seletivo. “Sempre focamos nos melhores candidatos, e mulheres estão desempenhando um grande papel no mercado”, pontua. Além disso, “o reconhecimento e promoção dos talentos femininos já presentes na empresa” contribui para um plano de equidade de sucesso, em que a igualdade e a capacidade conversam no mesmo tom.
Foi nesse cenário que Bruna Nascimento, gerente de produto, teve a oportunidade de crescer profissionalmente. A engenheira, formada pela Escola Politécnica do Estado de São Paulo, ingressou na Liv Up no quarto ano da faculdade, no final de 2015. Ainda era o início da foodtech, o que fez Bruna “crescer junto com a empresa”. Atuou na área de marketing digital, atendimento ao cliente e vendas, até ser chamada para administrar a cozinha, mapeando processos e planejando a produção.
No papel de uma estagiária “sênior”, começou com poucos funcionários, até finalizar sua trajetória no cargo com oito pessoas respondendo diretamente a ela e quase 100 dispostas no time operacional. “Quando comecei na cozinha, o meu gestor estava muito focado em novos projetos. Para ele, era muito importante que eu estivesse empoderada para assumir as responsabilidades”. Com todos os anos de crescimento e evolução, a gerente ressalta o quanto se tornou profissionalmente preparada. “Tive a oportunidade de conhecer muita coisa. Consegui me desenvolver muito.”
Bruna representa o espaço em que as falas de Cleide são colocadas em prática. “Focamos no desenvolvimento interno dos funcionários”, diz a representante do RH. O que pode ser visto com clareza na história da engenheira que entrou como estagiária e se mantém como gerente de produto.
“O time era pequeno e eles precisavam de pessoas que fossem independentes, então, eu nunca fui tratada apenas como uma estagiária. Desde sempre essa questão da autonomia e da vontade de se desenvolver foram muito presentes”, conta Bruna, que também foi capaz de assistir a chegada de novas companheiras de trabalho através dos anos. “Observar outras mulheres que são incríveis entrando na empresa traz uma nova perspectiva, uma vontade ainda maior de crescer e entender que conseguimos ‘chegar lá’ sendo mulher.”
Para ela, que escolheu ser engenheira “exatamente porque sabia que era uma área difícil”, a marca de 50% de mulheres em posição de liderança na empresa em que trabalha é sinônimo de conquista; para si e para o mercado como um todo.
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