Sir Richard Branson tem um sério problema com crimes cibernéticos.
Com um patrimônio líquido estimado em US$ 4,4 bilhões e uma história clássica de empreendedorismo, o sorriso familiar do bilionário e seu rosto de celebridade popular, com cavanhaque e cabelos loiros – parecidos com o do popstar Ed Sheeran -, são usados frequentemente em golpes de “enriquecimento rápido”, de acordo com o CNSC, o Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido.
Na semana passada, Branson ofereceu apoio à entidade na batalha contra golpes financeiros que vêm usando sua imagem para endossar oportunidades falsas de investimento. O CNSC disse que detectou mais de 300.000 URLs maliciosas com links para falsos esquemas apoiados por celebridades que usam “artigos de notícias online apresentando ricos e famosos” para “atrair as pessoas”.
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Branson disse, em um comunicado, que sua equipe “lidou” com “centenas de instâncias de sites falsos e fraudadores se passando por mim ou por alguém do meu time” e confirmou que está trabalhando em parceria com o CNSC para remover os artigos enganosos. “Infelizmente, os golpes não vão desaparecer do dia para a noite, e peço a todos que fiquem atentos e sempre verifiquem os endereços dos sites oficiais e contas verificadas nas redes sociais”, disse.
A guerra contra a pessoa de Richard Branson
As interações de Richard Branson, fundador do Virgin Group Ltd., com os criminosos cibernéticos foram descritas no passado como “saídas diretamente de um livro de John le Carré ou de um filme de James Bond”.
Uma história que o bilionário postou em suas redes sociais, em outubro de 2017, conta como ele foi “convidado” pelo então Secretário de Estado da Defesa do Reino Unido, Sir Michael Fallon, a pagar US$ 5 milhões para o resgate de um diplomata britânico que havia sido “sequestrado” e estava “sendo detido por terroristas”. O vigarista ainda lhe “garantiu” que o governo britânico “encontraria uma maneira” de pagá-lo de volta.
“O Sir Michael com quem falei parecia ser realmente o Sir Michael. Mas claro que eu estava muito cauteloso”, postou ele em outra ocasião. No fim, a situação era mesmo uma farsa.
Branson ligou então para a polícia e o golpe foi revelado. Na ocasião, o bilionário David Reuben revelou ao amigo que também estava entre as vítimas “do trapaceiro que se passava pelo secretário”. “Felizmente David suspeitou de tudo e a tentativa falhou”, contou Branson.
Em outra tentativa, Branson foi abordado por um funcionário da limpeza que o agradeceu por seu “esquema para ficar rico rapidamente”. Os US$ 300 que o homem havia investido aumentaram para US$ 450. “Mas, antes que ele pudesse receber o pagamento, os golpistas lhe pediram outros US$ 1.000”, revelou.
“Então eu me passei por ele e conversei, por telefone, com o gatuno. Disse que enviaríamos os US$ 1.000, mas queria os US$ 450 de volta primeiro. Ele, claro, recusou.”
A guerra contra a empresa
Um porta-voz do Virgin Group disse à Forbes que esse problema começou em 2017, “após uma onda de atividades fraudulentas relacionadas ao bitcoin”. Desde então, a equipe de Branson foi forçada a reagir à nova realidade de golpes online.
A companhia alerta que o mais recente envolve o uso do rosto de Branson “para aumentar a credibilidade” e, geralmente, é acompanhado por uma história falsa feita para parecer que são das emissoras CNN ou BBC. Outros métodos usam cópias dos sites da Virgin. “Recentemente, vimos criminosos registrando sites com ‘Vigin’ no nome. Eles, então, usam esses sites para criar endereços de email e, assim, estabelecer uma comunicação com o público, clonando sites genuínos do grupo Virgin e dando credibilidade às suas atividades fraudulentas”, disse um diretor do escritório de Londres.
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Alguns golpes vêm de “trapaceiros sofisticados”, acrescenta o porta-voz da Virgin, nos quais “os alvos individuais são escolhidos com cuidado e uma preparação significativa é feita pelos criminosos, muitas vezes envolvendo até ligações – nas quais Richard pode ser personificado – para dar autenticidade”.
Branson também já contou em seu blog sobre um golpe que ocorreu depois da devastação causada pelo furacão Irma nas Ilhas Virgens Britânicas, em 2017. Segundo o bilionário, um “empresário de muito sucesso” foi enganado por alguém que se passou por ele enquanto as pessoas se mobilizavam para ajudar as ilhas. “O empresário, incrivelmente bondoso, doou US$ 2 milhões, que desapareceram imediatamente”, escreveu Branson na época. “Lamento muito por este homem e sou muito grato por ele estar disposto a nos ajudar depois do furacão.”
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