A crise provocada pelo coronavírus sacudiu a economia mundial – e pegou o Brasil no contrapé de sua tentativa de retomada. A maioria dos negócios está sofrendo as consequências. Mas, como em toda crise, alguns setores se mantiveram em pé ou até se fortaleceram, vislumbrando novas portas se abrindo (fazendo jus ao não muito simpático ditado “enquanto uns choram, outros vendem lenços”).
O ensino a distância, por exemplo, tornou-se a única opção viável para que as aulas continuassem – e o bilionário Jorge Paulo Lemann já afirma que a modalidade continuará relevante para o país mesmo depois da pandemia.
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A telemedicina, que há tempos aguardava sinal verde para sair do papel, foi regulamentada em caráter emergencial – e está sendo fortemente demandada.
Com as pessoas confinadas em suas casas, ferramentas tecnológicas tornaram não só o ensino e a medicina mais acessíveis, mas também possibilitaram em larga medida o trabalho e as interações sociais. Resulta daí que nunca se enfatizou tanto a importância da tecnologia em nossas vidas. “O setor de tecnologia vive uma estabilidade virtuosa”, define Sergio Paulo Gallindo, presidente executivo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Soluções ligadas ao agronegócio (setor que, por sua relevância, será abordado em profundidade nas próximas edições) estão entre as mais bem-sucedidas no semestre.
Neste primeiro mapeamento da Forbes dos setores mais resilientes ao cenário atual, ganham destaque os escritórios de advocacia. Eles são e serão os responsáveis por auxiliar muitas empresas a encontrar as melhores alternativas tributárias, trabalhistas e judiciais para que elas tenham fôlego até que a vida volte ao normal.
Veja, na galeria de fotos a seguir, setores e empresas que seguem vivos e fortes na crise:
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Ilustração: Getty Images TECNOLOGIA
Segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a receita do setor de hardwares, softwares e serviços no país foi de US$ 48,4 bilhões em 2019, o que representou 42,9% do mercado Latam e 2% em termos globais. Algumas empresas viram seus serviços e números explodirem no período, notadamente as que detêm tecnologia de videoconferências.
Mas o escopo é amplo. Para Sergio Paulo Gallindo, presidente da Brasscom, é preciso cautela ao falar em crescimento na crise, pois existem segmentos muito diferentes dentro do macrossetor da tecnologia. “É mais sensato falar em estabilidade virtuosa. Iniciativas voltadas a produções de bens de consumo mais duráveis sofreram quedas na demanda; por outro lado, há o crescimento na busca por soluções voltadas para o e-commerce e serviços essenciais, como segurança cibernética e comunicações.”
Em consulta feita pela associação com empresas de hardwares, softwares e serviços, 43% dos respondentes disseram que a crise teve baixo impacto na inadimplência dos clientes e 48,2% afirmaram ter mais de três meses de fluxo de caixa para manter em dia os compromissos financeiros.
Presente em mais de dez países, a empresa brasileira de tecnologia Solinftec é uma das que têm ganhado destaque durante a quarentena – e atribui isso ao portfólio de soluções voltadas para a agricultura (outro setor que mais uma vez se destacou e que será objeto de uma edição especial). Em fevereiro, a agtech anunciou uma rodada de financiamento de série B de US$ 40 milhões, liderada pela Unbox Capital, empresa de investimento que tem os controladores do Magazine Luiza como investidores âncora.
Rodrigo Iafelice, CEO da Solinftec, afirma que as expectativas dos investidores têm se mantido. “O momento resultou na evolução do nosso modelo de negócio. Passamos a operar com contratos remotos e com a implementação rápida de soluções sem contato físico com o cliente e seus funcionários.”
Diante da queda no preço do etanol, com impacto para os produtores de cana-de-açúcar que se preparam para iniciar a colheita 2020/21, a Solinftec anunciou o plano Vamos Juntos para apoiar o setor sucroenergético. A iniciativa oferece aos clientes a escolha gratuita de uma das soluções disponibilizadas pela companhia para gerar economia real na safra em curso. A empresa monitora 70% da produção nacional de cana-de-açúcar e se estrutura para atender 50 países. Ainda sobre o momento, Iafelice diz que o cenário trouxe avanços para negociações que estavam paradas, por força da necessidade de continuidade das operações agrícolas em meio às diretrizes de distanciamento social – o que pode representar “uma oportunidade excepcional para o mundo agro se digitalizar e ser mais eficiente, especialmente em um momento de commodities baixas e pressão por produções mais sustentáveis”. Fundada em 2007, a Solinftec é considerada líder mundial de SaaS (Software-as-a-Service) na agricultura. Suas soluções prometem economia verificada de até 30% e aumento de 50% na eficiência do maquinário.
Estes tempos difíceis também foram financeiramente positivos para a Nuvemshop. A plataforma de e-commerce, que oferece soluções de vendas nos moldes SaaS, aumentou em 20% o número de lojas atendidas em relação à pré-pandemia, chegando a 40 mil. No último levantamento interno realizado em abril, as vendas verificadas foram 175% superiores ao registrado no mesmo mês do ano passado, com volume “equivalente a 3,5 Black Fridays”. Segundo dados da Compre & Confie, empresa de segurança digital para compras online, o e-commerce nacional faturou R$ 9,4 bilhões em abril, com crescimento de 81% na comparação com o mesmo período de 2019. Fundada em 2010 e com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte e Buenos Aires, a Nuvemshop foi eleita em 2017 e 2019 a “Melhor Plataforma de e-Commerce” pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
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Ilustração: Getty Images TELEMEDICINA
Após a aprovação do PL 696/2020, que autoriza o exercício da telemedicina no Brasil durante a pandemia, clínicas, hospitais e empresas do ramo da saúde têm apostado na prática das consultas a distância – com sucesso.
Para a rede de centros médicos Dr. Consulta – um modelo de negócio que causou sensação no mercado de saúde pouco tempo depois de seu lançamento, em 2011 – não foi diferente. A companhia passou a operar online na segunda semana de março com a oferta de orientações sobre a Covid-19 e, a partir de 25 do mesmo mês, com atendimento de especialidades.
Renato Velloso, CEO da rede, diz que a integração da telemedicina aos produtos foi rápida e demandou baixo investimento. “Como somos uma healthtech por natureza e operamos por meio de uma plataforma desenvolvida internamente, o processo foi simples: só adicionamos o recurso de videoconferência ao nosso prontuário eletrônico e implementamos o protocolo de atendimento a ser seguido pelos profissionais”, explica. Até o início de junho, a companhia oferecia consultas a distância para 27 especialidades ancoradas por uma equipe de 400 profissionais médicos. A empresa afirma ter realizado mais de 30 mil consultas online (20% do total), sendo 50% delas dedicadas a novos clientes.
Fundada em 2017 pelo Under 30 Victor Fiss, a Cia da Consulta também investiu na telemedicina após o anúncio da regulamentação. Felipe Folco, diretor médico da rede de clínicas, conta que a resposta dos pacientes foi rápida: “O NPS [métrica que mede a satisfação dos clientes] dos atendimentos online em maio foi de 88,3%. Conseguimos solucionar em torno de 90% das demandas dos pacientes a distância e utilizamos a tecnologia para garantir o seguimento, com envio de receitas, solicitação de exames e declarações ou atestados, todos assinados pelo médico com certificação digital. Existem situações em que é necessário complementar a avaliação com uma consulta presencial, e temos protocolos clínicos que definem essas situações garantindo a segurança no atendimento.”
Por meio de uma nova plataforma desenvolvida para os atendimentos online, a empresa espera garantir a segurança dos pacientes e de seus médicos habilitados para atender de suas casas: “Temos disponíveis consultas específicas para a Covid-19 e mais 16 especialidades. As mais procuradas são para o coronavírus, psiquiatria, dermatologia, clínica geral, ginecologia e endocrinologia. Só em maio foram disponibilizadas mais de 17 mil consultas”, diz Folco. Nos esforços para conter o avanço da doença, uma nova parceria com o projeto Estrada para a Saúde, do Instituto CCR, também foi iniciada. O objetivo é realizar 50 mil consultas a distância.
Entre os benefícios da telemedicina estão a redução de custos, a facilidade de acesso e a segurança no atendimento, tanto para o paciente como para os profissionais de saúde. Guilherme Hummel, coordenador científico da Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS) calcula que, graças a essas motivações, a telehealth movimentará R$ 8 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos.
Para Roberto Botelho, cardiologista e referência em telemedicina, área na qual atua há 25 anos, as mudanças no setor têm sido profundas no que diz respeito a aparatos e recursos tecnológicos. O que ainda persiste é certa dificuldade de adaptação às novas ferramentas. “Existe um gap entre o volume de soluções e o entendimento dos conselhos de medicina e dos órgãos regulatórios”, diz. “O paciente está mais avançado que os profissionais de saúde na incorporação dessas tecnologias.”
O especialista acredita que a atual crise gerou uma aproximação da população ao tratamento remoto, ofereceu aos profissionais da saúde a oportunidade de experimentar e tem proporcionado o aprendizado prático aos órgãos reguladores. “A crise acelerou processos sociais, e a soma desses fatores é a irreversibilidade.” Para Botelho, a telemedicina deve avançar significativamente com a chegada do 5G ao país, o que dará maior eficiência e consistência técnica à prática ao aliar recursos de inteligência artificial, deep learning e big data. “É como se, com o 4G, estivéssemos andando de Fusca no quesito prestação de serviços. Agora imagine quando tivermos acesso a um Porsche”, compara. “O futuro é a integração de recursos de monitoramento capazes de trabalhar em diagnósticos e prevenção. Mais que uma assistência a distância, a telemedicina é uma transformação digital.”
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Ilustração: Getty Images ENSINO A DISTÂNCIA
Na primeira quinzena de maio, o bilionário Jorge Paulo Lemann afirmou, durante um painel digital do evento Brazil at Silicon Valley, que reviu as metas da Fundação Lemann para dar mais ênfase ao ensino a distância. “Estamos refazendo nossos objetivos. Uma das coisas importantes é o que podemos fazer nessa área de ensino a distância, porque essa é a grande oportunidade do momento para ajudar e fazer algo importante para o Brasil no longo prazo.” O empresário afirmou também que pretende dar mais peso às ferramentas tecnológicas de ensino.
Segundo a décima edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, divulgada em maio, o número de novos alunos de telensino cresceu 145% entre 2009 e 2018. Somente no período entre 2017 e 2018, o crescimento atribuído à modalidade é de 16,9%, enquanto que as matrículas em cursos presenciais observaram redução de 2,1%. Segundo dados do IBGE, o ensino a distância foi o setor que mais cresceu entre 2013 e 2019.
A forte tendência de crescimento verificada nos últimos anos foi intensificada e impulsionada pela pandemia de Covid-19. Impossibilitadas de dar continuidade aos cursos e atividades regulares presencialmente, boa parte das instituições de ensino adotaram a modalidade de EAD para dar sequência aos trabalhos iniciados em sala.
Para o professor Frederic Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), esse impulso pode representar uma oportunidade ou uma ameaça a pequenas instituições de ensino superior, visto que a tendência de crescimento e custo baixo pode levar alunos a migrar de pequenas faculdades isoladas para o ensino a distância de grandes instituições que passarem a apostar na metodologia. “Uma saída prevista para o problema são as parcerias: escolas de pequeno e médio porte podem se unir a grandes nomes que possuam estrutura e experiência”, diz. E completa: “EAD envolve estrutura, método, realidade aumentada, deep learning, animações e inteligência artificial. Um vídeo gravado de uma aula não é educação a distância”.
Fundada em 2011, a VG Educacional atua no ramo de educação mediada pela tecnologia para o setor acadêmico e corporativo. Entre os clientes da companhia estão a rede de ensino Laureate, a PUC-PR e a Itaipu Binacional. Para Viviane Marques Goi, sócia-fundadora da empresa, o momento trouxe a “necessidade de expansão e implementação da EAD e de profissionais cada vez mais qualificados para atender às demandas do método a distância”. A empresária diz ainda que a demanda aumentou significativamente e ainda é cedo para mensurar o impacto positivo gerado pelo isolamento social na receita da companhia.
Para o futuro próximo, após o período de isolamento social, a executiva afirma que a modalidade deve continuar impulsionada com a adição da EAD para estágios da vida acadêmica antes desconsiderados: ensino infantil, fundamental e médio. Viviane acrescenta que o mercado deve ser expandido para o preparo de profissionais. “Prevemos um aumento nesses cursos de capacitação, também de forma remota. No que tange ao setor corporativo, aqueles grandes eventos que reuniam centenas de pessoas em grandes salas também devem reduzir.”
Defensor do modelo, professor Litto acredita que a educação presencial seja “romantizada” e que a capacidade de penetração e eficácia da modalidade EAD depende apenas do uso correto do recurso. Para a executiva da VG Educacional, “as instituições e os estudantes têm percebido que o ponto-chave para ter uma boa educação não é a forma como você estuda, mas sim a qualidade disso. A digitalização do ensino era um processo irreversível, a pandemia apenas acelerou algo irremediável”. Ela conclui: “A EAD não é só o futuro, ela já é o presente”.
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Ilustração/ Getty Images ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA
O cenário econômico desfavorável para muitos setores da economia aqueceu a demanda pelos serviços advocatícios no país. Várias empresas nacionais, seguindo uma tendência mundial, abriram processos de recuperação judicial nos últimos dois meses. Os pedidos estão estreitamente ligados à queda do PIB – no caso brasileiro, a projeção é de 8%, segundo o Banco Mundial. Assim, a estimativa é que o número de aberturas de processos de recuperações judiciais seja mais que o triplo do registrado em 2019, chegando próximo aos 5 mil. Atualmente existem no país 7.200 processos ativos e 220 pedidos de falência, conforme declarou o secretário especial da Fazenda Waldery Rodrigues em entrevista coletiva no dia 28 de maio. Na primeira semana de junho, por exemplo, a varejista de moda Restoque protocolou sua recuperação extrajudicial no valor de R$ 1,5 bilhão; a Colombo, que atua no mesmo segmento, pediu recuperação judicial de R$ 1,8 bilhão.
A Dasa Advogados, especialista em RJ, instituiu em um trimestre cinco novos processos e está executando outros dez – em um ano convencional, segundo o sócio-fundador Carlos Deneszczuk, são feitos no total 20 processos. “O tsunami vem realmente em agosto. Agora está tudo parado, a Justiça está travada e ainda não veio o verdadeiro reflexo da crise. Ela vai se agravar por, no mínimo, dois anos. A demanda por nossos serviços vai crescer”, afirma Deneszczuk.
Uma decorrência das recuperações judiciais são as oportunidades para a comercialização de distressed assets (ou ativos podres), como aponta o escritório Lacaz Martins, Pereira Neto, Gurevich & Schoueri Advogados. “É uma questão de preço. Muitos negócios que não foram adiante antes e agora estão sendo revistos se tornaram atrativos por terem um preço mais baixo”, explica o sócio Sérgio Marcon, especializado em fusões e aquisições. “É um momento de extrema necessidade de liquidez, um ambiente favorável para investidores comprarem carteiras de distressed assets. Para os escritórios de advocacia, acaba surgindo um mercado interessante”, comenta o advogado Luiz Friggi, especialista em litigioso. Entre março e maio, o número de projetos do Lacaz Martins dobrou em comparação ao mesmo período de 2019.
“Essa crise difere muito de outras porque nas outras eram apenas alguns setores impactados, e era muito difícil a parte não afetada sentar para negociar. Agora todo mundo, com maior ou menor intensidade, está sofrendo”, afirma Maria Helena Bragaglia, sócia do Demarest Advogados. Com isso, o papel do contencioso é reaquecido, pois muitos processos tinham sido paralisados em razão da pandemia. A advogada lembra que áreas diferentes do direito viram suas demandas aumentarem no período: no início da pandemia, por exemplo, a trabalhista foi a mais movimentada.
O advogado Rodrigo Da Costa Marques, coordenador do núcleo trabalhista da Nelson Wilians, lembra que é previsto por lei que funcionários possam ajuizar ações contra seu empregador até dois anos após o término do contrato, e dois cenários são mais recorrentes: “Aquele funcionário que não pensava em ajuizar a ação e que teve seu contrato rompido antes da crise, em virtude do atual momento, vê na Reclamatória Trabalhista uma possibilidade de renda; e os funcionários que foram demitidos por causa da pandemia também passaram a entrar com ações”. O escritório registrou um aumento de 50% da demanda em maio de 2020 em relação ao mesmo mês de 2019.
TECNOLOGIA
Segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a receita do setor de hardwares, softwares e serviços no país foi de US$ 48,4 bilhões em 2019, o que representou 42,9% do mercado Latam e 2% em termos globais. Algumas empresas viram seus serviços e números explodirem no período, notadamente as que detêm tecnologia de videoconferências.
Mas o escopo é amplo. Para Sergio Paulo Gallindo, presidente da Brasscom, é preciso cautela ao falar em crescimento na crise, pois existem segmentos muito diferentes dentro do macrossetor da tecnologia. “É mais sensato falar em estabilidade virtuosa. Iniciativas voltadas a produções de bens de consumo mais duráveis sofreram quedas na demanda; por outro lado, há o crescimento na busca por soluções voltadas para o e-commerce e serviços essenciais, como segurança cibernética e comunicações.”
Em consulta feita pela associação com empresas de hardwares, softwares e serviços, 43% dos respondentes disseram que a crise teve baixo impacto na inadimplência dos clientes e 48,2% afirmaram ter mais de três meses de fluxo de caixa para manter em dia os compromissos financeiros.
Presente em mais de dez países, a empresa brasileira de tecnologia Solinftec é uma das que têm ganhado destaque durante a quarentena – e atribui isso ao portfólio de soluções voltadas para a agricultura (outro setor que mais uma vez se destacou e que será objeto de uma edição especial). Em fevereiro, a agtech anunciou uma rodada de financiamento de série B de US$ 40 milhões, liderada pela Unbox Capital, empresa de investimento que tem os controladores do Magazine Luiza como investidores âncora.
Rodrigo Iafelice, CEO da Solinftec, afirma que as expectativas dos investidores têm se mantido. “O momento resultou na evolução do nosso modelo de negócio. Passamos a operar com contratos remotos e com a implementação rápida de soluções sem contato físico com o cliente e seus funcionários.”
Diante da queda no preço do etanol, com impacto para os produtores de cana-de-açúcar que se preparam para iniciar a colheita 2020/21, a Solinftec anunciou o plano Vamos Juntos para apoiar o setor sucroenergético. A iniciativa oferece aos clientes a escolha gratuita de uma das soluções disponibilizadas pela companhia para gerar economia real na safra em curso. A empresa monitora 70% da produção nacional de cana-de-açúcar e se estrutura para atender 50 países. Ainda sobre o momento, Iafelice diz que o cenário trouxe avanços para negociações que estavam paradas, por força da necessidade de continuidade das operações agrícolas em meio às diretrizes de distanciamento social – o que pode representar “uma oportunidade excepcional para o mundo agro se digitalizar e ser mais eficiente, especialmente em um momento de commodities baixas e pressão por produções mais sustentáveis”. Fundada em 2007, a Solinftec é considerada líder mundial de SaaS (Software-as-a-Service) na agricultura. Suas soluções prometem economia verificada de até 30% e aumento de 50% na eficiência do maquinário.
Estes tempos difíceis também foram financeiramente positivos para a Nuvemshop. A plataforma de e-commerce, que oferece soluções de vendas nos moldes SaaS, aumentou em 20% o número de lojas atendidas em relação à pré-pandemia, chegando a 40 mil. No último levantamento interno realizado em abril, as vendas verificadas foram 175% superiores ao registrado no mesmo mês do ano passado, com volume “equivalente a 3,5 Black Fridays”. Segundo dados da Compre & Confie, empresa de segurança digital para compras online, o e-commerce nacional faturou R$ 9,4 bilhões em abril, com crescimento de 81% na comparação com o mesmo período de 2019. Fundada em 2010 e com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte e Buenos Aires, a Nuvemshop foi eleita em 2017 e 2019 a “Melhor Plataforma de e-Commerce” pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
Reportagem publicada na edição 78, lançada em junho de 2020
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