Depois de quase dois anos de análises, problemas corporativos e um impasse com reguladores globais, a Boeing obteve hoje (18) aprovação da Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos para retomar os voos de seu jato 737 MAX após dois acidentes fatais.
O chefe da FAA, Steve Dickson, assinou uma ordem suspendendo a proibição de voos nesta manhã e a agência divulgou uma diretriz de aeronavegabilidade detalhando as mudanças necessárias.
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Os acidentes do 737 MAX na Indonésia e na Etiópia mataram 346 pessoas em cinco meses em 2018 e 2019 e desencadearam uma tempestade de investigações, desgastaram a liderança dos EUA na aviação global e custaram à Boeing cerca de US$ 20 bilhões.
A FAA está exigindo um novo treinamento de pilotos e atualizações de software para lidar com um sistema de prevenção do estol (ou perda de sustentação) chamado MCAS, que em ambos os acidentes repetidamente empurrou o nariz do jato para baixo enquanto os pilotos lutavam para recuperar seu controle.
Enquanto isso, a Boeing está buscando novos compradores para muitos de seus 737 MAX, após ver compradores originais cancelarem seus pedidos. A demanda foi ainda mais prejudicada pela pandemia de coronavírus.
Mesmo com todos os obstáculos, a retomada das entregas do 737 MAX abrirá um canal crucial de receita para a Boeing e centenas de fornecedores de peças cujas finanças foram prejudicadas por cortes de produção relacionados à suspensão do jato.
A American Airlines planeja operar o primeiro voo comercial do MAX em 29 de dezembro. A Southwest Airlines, maior operadora de MAX do mundo, não planeja retomar os voos da aeronave até o segundo trimestre de 2021.
ANAC TRABALHA EM AJUSTES FINAIS
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) comunicou hoje que a liberação para retorno das operações das aeronaves modelo Boeing 737-800 MAX no Brasil ainda depende do término dos trabalhos realizados pela agência quanto ao processo de validação das modificações do projeto.
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“O objetivo é demonstrar que o projeto com as modificações propostas é seguro e atende aos requisitos de aeronavegabilidade necessários”, afirmou em comunicado.
A partir da diretriz da FAA, a Anac afirmou que procederá com os ajustes finais para conclusão do processo de validação para retorno do modelo Boeing 737- 800 MAX no Brasil.
“Após o término desse trabalho, o operador brasileiro da aeronave, que atualmente é a GOL Linhas Aéreas, deverá incorporar e demonstrar de forma satisfatória o cumprimento de todas as novas diretrizes, tanto em termos de projeto quanto de treinamento de pilotos”, disse a agência.
A Anac acrescentou que a decisão da FAA foi resultado de um trabalho realizado em conjunto com a agência brasileira e outras autoridades de aviação civil no mundo, em especial a autoridade europeia European Aviation Safety Agency (EASA) e a canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA).
“Este esforço é exemplo de cooperação entre autoridades da aviação civil, apenas alguns países têm experiência para certificar um sistema tão complexo”, afirmou o diretor-presidente substituto da Anac, Rafael Botelho.
“No entanto, a Anac trabalha com avaliações independentes para assegurar que todos os requisitos necessários serão atendidos no retorno seguro das operações dessas aeronaves no Brasil”, acrescentou. (Com Reuters)
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