A startup de cursos preparatórios para Enem e vestibulares Descomplica anunciou hoje (18) que recebeu um aporte de R$ 450 milhões, ilustrando como a educação digital no Brasil vem ganhando a atenção de investidores, após a pandemia da Covid-19 ter acelerado um movimento já em franca expansão.
O investimento, liderado pelo Invus Group e pelo SoftBank, será usado na Faculdade Descomplica, para aquisições e desenvolvimento de novos produtos, afirmou a empresa em nota.
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Até 2018, data do último aporte recebido pela companhia, as entradas de recursos de investidores na empresa somavam US$ 32,5 milhões.
Segundo a Descomplica, também participam da rodada Valor Capital, Península, veículo de investimentos da família do empresário Abilio Diniz; Chan Zuckerberg Initiative, organização criada pelo fundador do Facebook e sua esposa Priscilla Chan; e o guitarrista da banda U2, The Edge.
“Queremos construir a maior faculdade do Brasil, chegando rapidamente a 1 milhão de alunos no modelo 100% digital“, disse presidente e fundador do Descomplica, Marco Fisbhen. Atualmente, o maior grupo de ensino superior do país é a Kroton, do grupo Cogna.
Criada em 2011, como foco em cursos preparatórios para Enem e vestibulares, concursos públicos, a plataforma começou há cerca de um ano a oferecer cursos de pós-graduação. Atualmente, afirma ter cerca de 5 milhões de usuários por mês.
Com as medidas de isolamento social tomadas para conter o avanço da pandemia, que impulsionou a procura por soluções de ensino remotas, o Descomplica entrou também no setor de graduação com o braço Faculdade Descomplica, com cursos de Contabilidade, Administração, Tecnologia em RH e Pedagogia.
Parte dos recursos captados será usada para lançar 18 cursos em 2021 e outros 15 no ano que vem, com foco nas áreas de gestão e tecnologia, além de elevar de 300 para 500 o número de programas de pós-graduação.
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Além disso, o Descomplica deve ampliar sua equipe de professores e profissionais de tecnologia, que já dobrou no ano passado, para 600 pessoas, com a abertura imediata de 100 vagas.
“Não me assustaria se chegássemos a mil colaboradores até o final do ano”, disse Fisbhen.
A plataforma também avalia aquisições, incluindo de negócios de serviços de tecnologia.
O executivo descartou por ora a possibilidade de uma abertura de capital, avaliando que os recursos recebidos no aporte devem dar fôlego para o negócio por mais alguns anos.
“Mas é natural que, enquanto a empresa esteja crescendo, que daqui a alguns anos a empresa possa ser listada”, concluiu.
O anúncio mostra como startups de educação estão rapidamente virando alvos de apostas maiores de investidores institucionais, enquanto empresas de ensino tradicionais e listadas na Bovespa têm sofrido com a queda de suas ações, diante do horizonte ainda incerto sobre a volta das aulas presenciais.
No mês passado, a Reuters publicou que o faturamento conjunto das startups abrigadas pelo Cubo, hub de inovação do Itaú Unibanco, cresceu 1.500% em 2020, impulsionado por startups de saúde e de educação, entre outras. (Com Reuters)
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