Os preços do café arábica encerrarão o ano 13% acima dos níveis atuais, em quase US$ 2 por libra-peso — logo abaixo da máxima recente de cerca de sete anos — após geadas e uma seca no maior produtor brasileiro, apontou uma pesquisa da Reuters com 11 traders e analistas hoje (9).
O café arábica na ICE atingirá US$ 1,9850 por libra no final de 2021, representando um aumento de 55% em relação aos níveis vistos no final do ano passado, com base na previsão mediana dos participantes da pesquisa.
“A geada foi apenas a banda de abertura. As chuvas sazonais serão ato principal. Com uma grande chance de retorno de La Niña, o ‘clima normal’ está longe de ser certo”, disse um operador europeu de um grande comerciante de café.
Os preços do arábica subiram cerca de 35% no ano até agora, atingindo picos de quase sete anos acima de US$ 2 por libra no mês passado, depois que as piores geadas em quase 30 anos atingiram cerca de 11% da região de cultivo do arábica no Brasil.
As geadas devem prejudicar a produção nas próximas duas safras e foram precedidas pela pior seca em mais de 90 anos, o que também deve impactar a próxima safra.
Os participantes da pesquisa esperam que o Brasil produza uma safra de apenas 64,12 milhões de sacas de 60 kg em 2022/23, ano de alta do ciclo bienal do arábica, abaixo da estimativa da Organização Internacional do Café de 69 milhões de sacas em 2020/21, o ano de alta produtividade anterior.
Os traders veem o Brasil produzindo uma safra de 54,20 milhões de sacas no período de baixa 2021/22, deixando o mercado global de arábica com um déficit de 8,8 milhões de sacas em comparação com um superávit esperado de 6,9 milhões de sacas em 2020/21.
Os preços do café robusta, usado principalmente para café instantâneo ou adicionado a “blends” de arábica, encerrarão o ano em US$ 1.983 a tonelada, alta de 13% em relação ao fechamento da última sexta-feira (6) e 43,1% acima do fechamento do mercado no final de 2020.
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Os participantes da pesquisa esperam que o mercado global de robusta atinja um déficit de 150.000 sacas na temporada 2021/22, conforme a demanda aumenta devido à menor oferta de arábica. O déficit segue uma previsão de superávit de 200 mil sacas em 2020/21.
A produção do Vietnã, maior produtor mundial de robusta, está prevista em 30,50 milhões de sacas em 2021/22, contra 28,60 milhões de sacas em 2020/21. (Com Reuters)
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