A quebra do banco de startups SVB (Silicon Valley Bank) é a segunda maior falência bancária da história dos Estados Unidos e foi a maior da temporada de 2023, até agora. Trata-se do maior colapso desde a crise de 2008 e está mexendo com os mercados em todo o mundo.
Na sexta (10), o banco central dos Estados Unidos, Federal Reserve, determinou a liquidação do SVB e pretendia seguir com o protocolo de cobrir US$ 250 mil de cada cliente. Entretanto, a notícia de que um segundo banco, o Signature Bank, especializado em criptomoedas, também quebrou mudou o panorama.
Ontem (12), o Fed anunciou que irá cobrir 100% dos depósitos dos clientes do SVB, ignorando o teto de US$ 250 mil. O objetivo é proteger a economia do país. Isso porque a falência do SVB pode ter um efeito dominó sobre outros bancos regionais dos EUA e para além deles.
As ações de bancos de menor porte e regionais norte-americanos foram fortemente atingidas na sexta-feira. O índice de bancos regionais do S&P 500 caiu 4,3%, elevando a perda na semana para 18%, a pior para o segmento desde 2009.
Hoje, os futuros de Nova York operam em queda nesta manhã (13), com o Dow Jones perdendo 1,05%, o S&P 500 caindo 0,77% e o Nasdaq com recuo de 0,34%. Em linha com o pessimismo internacional, o Ibovespa também abriu em queda.
Ao fim dos leilões iniciais, o índice de ações registrava queda de 0,55%, a 103.049 pontos.
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No cenário local, investidores acompanham novas informações sobre a nova âncora fiscal do país. Além disso, a agenda politico-econômica também trata na reforma tributária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa hoje de um evento organizado pelos jornais Valor Econômico e O Globo para debater o assunto e seus desafios.
Em meio aos variados temas, a temporada de balanços também segue, com a divulgação dos resultados corporativos de Eletrobras (ELET3), banco Inter (INBR31) e Natura (NTCO3) após o fechamento de mercado.
A agenda de indicadores da semana será marcada pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, prevista para amanhã (14). O consenso Refinitiv projeta que o índice de fevereiro registre um avanço de 0,4% sobre janeiro.
Após a divulgação do relatório de empregos (payroll), na sexta passada, este é o último destaque para análise do Fed antes da próxima reunião do comitê de política monetária, nos dias 21 e 22 de março. Até então, a expectativa era por um novo aumento de juros, devido à resiliência do mercado de trabalho e persistência da inflação.
Entretanto, a quebra do SVB pode ter mudado o cenário. O Goldman Sachs divulgou um relatório em pleno domingo em que afirmou não esperar mais que o banco central dos EUA determine um novo aumento dos juros neste mês. O argumento é a incerteza sobre a economia à luz do recente estresse no setor bancário.
O dólar à vista apresenta forte alta nesta manhã, com avanço de 1,25% às 10h (horário de Brasília), negociado a R$ 5,2724.